sábado, dezembro 26, 2009
quinta-feira, dezembro 03, 2009
sábado, novembro 28, 2009
Vaguear pela saudade...
Hoje voltei a um sítio que prometi nunca mais voltar. Continuamente faço promessas impossíveis de cumprir, porque jamais se deixa de sentir para sempre. Prometer e não se cumprir não é uma fragilidade, na maioria das vezes é a prova da verdade. Aquela que nunca iremos conseguir derrubar. São as saudades que nos agarram a um chão. A diferença entre viver no tronco ou copa da árvore...
o tempo lavará tudo como sempre, é o que espero...
O medo que tinha era verdadeiro, naquele lugar, a dois, fiquei eu e a escrita no teu lugar.
o tempo lavará tudo como sempre, é o que espero...
O medo que tinha era verdadeiro, naquele lugar, a dois, fiquei eu e a escrita no teu lugar.
segunda-feira, novembro 23, 2009
Escorrega da Lego...home made!
Uma noite de brincadeira chega e sobra para inventar coisas estúpidas com lego!
Estava eu a brincar com a minha sobrinha quando disse: vamos construir uma casa de lego!
Ok, quando disse uma casa não era bem uma casa, talvez fosse um escorrega!
E foi assim que começou, um escorrega para lançar bonecos! A construção terá atingido os 60 cm de altura a brincar e a ideia era fazer com que o boneco lançado fosse percorrendo os sucessivos túneis e passar pela porta no fim! Em muitos lançamentos apenas um conseguiu sair disparado pela porta, mas o que interessou aqui foram os momentos de diversão passados num tapete da sala!
Obrigado R. e G. pelos Legos e obrigado M. pela ajuda na construção! Quem brincou no fundo fui eu!! :)
quarta-feira, novembro 18, 2009
segunda-feira, novembro 02, 2009
A festa...
O início...
Tudo começou numa conversa num almoço...e se eu fizesse uma festa de aniversário?
Rapidamente tudo se começou a desenhar, ainda faltavam 2 semanas para o dia, porém todos os dias pensava: faço, não faço...
Nunca fui muito festivo mas arrependo-me sempre quando deixo passar as oportunidades e desta vez não falhei, agarrei-me a uma vontade bastante forte de me divertir, sentir que precisava de reunir os meus amigos e fazer também uma apresentação da minha nova casa.
Claro que já muitos deles conheciam mas...what the hell, I´m going to PArty Hard this time.
Quando se pensa fazer uma Festa com algumas pessoas a noção da logística torna-se num factor bastante decisivo para que não seja um desastre completo! Pensei num limite máximo de 20 pessoas e desatei a espalhar mensagens nos telemóveis. Olhando para a minha casa, que tem uns meros 55m2, começei a fazer contas de dividir...Ora, quantos m2 para cada pessoa? Sendo que alguns deles não seriam muito úteis, a título de exemplo, a casa de banho, a entrada, o meu quarto! tirando estes elementos ficaria com cerca de 40 m2, ou seja, 2 m2 por pessoa! Não é muito, mas tendo em conta que numa qualquer discoteca cabem 5 pessoas num metro quadrado portanto aqui estaríamos "à larga"!!! Está decidido, agora não há volta atrás...
Os convites...
Os convites começaram a ser feitos uma semana e meia antes até ao próprio dia!
Como bom Português o efeito surpresa do deixar para o dia seguinte é sempre mais apelativo...
Houve alguns convites, convites simbólicos de amigos que estão fora do país, um auto-convite e a consequente escapadela: Sms-Afinal-não-vai-haver-festa-obrigado-a-todos, como resposta à tentativa de intromissão. Não foi bonito mas o auto-convite menos bonito foi.
Não tive todas as pessoas que gostaria de ter ao meu lado, mas sabia que não era uma escolha delas, por isso não fiquei tão triste.
A preparação...
A preparação começou de uma forma até bastante organizada não fosse ter a ajuda da minha irmã. Tinha que estar no sábado bem antes das 9:00 para tomarmos o pequeno almoço e ir Às compras mal o supermercado abrisse! E assim foi, como planeado! Assim que entrámos a minha irmã pergunta-me: Trouxeste a tua lista não trouxeste? e eu, - Lista, qual lista?
A DAS COMPRAS!!!!! - e eu... - Ups...hiihi Como é óbvio eu tinha mais ou menos tudo na cabeça...mais ou menos! A minha irmã tinha tudo planeado numa folha de papel de quem vai ao supermercado sem enganos! Irra que até a fazer compras é organizada!
Comprámos tudo o que era preciso e lá fomos para casa, mais propriamente para a cozinha fazer tartes, bolos e as entradas! Eu era o ajudante que ninguém quer ter, a primeira tarefa. Tirar uma 123 da dispensa! Eu abri o armário e só vi maquinetas por tudo o lado, sabia lá eu qual delas era a 123!?? Pode até ser muito óbvio mas para mim é o mesmo que falar tibetano. no comprendo!!
Depois chegou a vez de bater as claras e, claro que, para ver se já estava tudo firme como uma rocha, levantei a batedeira sem desligar...Escusado será dizer o estado da cozinha...
A seguir, bem, a seguir a minha irmã já estava com pouca paciência para os meus disparates mas ainda assim confiou-me uma tarefa simples, derreter uma tablete de chocolate de culinária!
Ok, ora aí está uma tarefa que sei fazer perfeitamente, achava eu...mexi, mexi e remexi e quando estava derretido a minha irmã vira-se e diz: já puseste leite não já? E eu: Leite...? Ups...
O Chocolate já estava a colar nas paredes do tacho e o cheiro começava a parecer a chocolate queimado! A partir daí acho que não fiz mais nada... Eu tinha avisado e quem me conhece sabe que partilhar tarefas não é a minha especialidade, ainda por cima a fazer bolos de receitas que nunca vi na vida! Mas no fim tudo correu fantasticamente e as tartes ficaram perfeitas!
Foi tudo para o frigorífico e eu fui tratar de outras coisas, como tratar de arrumar a minha casa que mais parecia Timor-Leste em tempo de Guerra. Fui a correr e com a minha grande ajuda lá pusémos tudo no devido lugar e arrumadinho. Devo dizer que foi uma preciosa ajuda sem a qual nada teria conseguido! Ainda com a casa em arrumações dei um pulo ao ikea com os objectivos bem definidos. Ir ao Ikea no sábado e como o tempo contado é o mesmo que ir a um mercado na china às 8:00! Uma peixarada desgraçada cheio de pessoas a passear e a ver as vistas. Que terror!! Mas tinha que ser. Objectivo: Uma mesa preta, dois jarros para bebidas, guardanapos de cor, duas saladeiras, duas molduras e um abre caricas extra, caso um não chegasse! Uff, consegui comprar tudo e trouxe tudo debaixo do braço, era um peso bruto mas lá consegui trazer, mesa e tudo!
Cheguei a casa e começei a montar a mesa, Uff tinha 30 minutos para a montá-la, tomar um duche, vestir-me e ir a correr para casa da minha irmã buscar as ditas tartes feitas de manhã! Pronto já está, o facto de ter montado uma mesa idêntica no passado levou-me a montar esta em tempo recorde! Foi um milagre ter montado tudo devidamente e lá parti eu em busca das tartes.
Meti-me no carro e já faltavam 30 minutos para as 18:00. Eu tinha combinado com as pessoas a partir das 18:00, também era essa a hora que o meu pai trazia a comida já feita previamente num restaurante, tudo encomendado com antecedência! Porém não foi fácil, trazer as tartes no carro foi uma aventura e não sei como é que tudo não resvalou. Como é sabido os meus dotes de condutor variam entre o colin Mcrae e o sr do 1º andar como 82 anos que vê mal e tem alzheimer. A coisa não foi fácil mas chegou tudo em quase perfeitas condições...
Em casa já tinha o meu pai à espera como uma caixa térmica ENORME, com comida para um batalhão esfomeado! Mal cheguei fui logo ajudá-lo, foi estacionar o carro, sair e levar a caixa.
Ok, como é sabido tenho dois elevadores mas são tão pequenos que mesmo juntos seriam miseráveis! Foi então que tentámos lá pôr a caixa mas em vão...foram 5 andares a subir como a caixa na mão. Ao segundo piso o meu pai já deitava os bofes de fora então encarreguei-me de levar sozinho, se já tinha ido ao ikea ao um sábado e tinha sobrevivido o que era aquilo para mim? Peanuts!
Lá fui destemido sem arranhar as mãos na parede nem suar muito! chegados lá a cima e a tarefa da logística tinha finalmente acabado! Tempo de descansar e ir para a janela...
Passaram 30 minutos a arejar e eis que a olhar pela janela cá para baixo vejo um carro com a porta aberta. Mas que raio. Não está ninguém perto do carro e a porta escancarada, que imbecil é que deix....CARAMBA! NãO POSSO CRER. é o meu carro!!! Desatei a correr para o elevador. Quando cheguei lá abaixo estava tudo no sítio. Uff, que descanso...parecia terem acabado as emoções mas não. Lá subi outra vez. Então a partir das 19:00 começaram a chegar os meus amigos!
A festa...
to be continued...
Tudo começou numa conversa num almoço...e se eu fizesse uma festa de aniversário?
Rapidamente tudo se começou a desenhar, ainda faltavam 2 semanas para o dia, porém todos os dias pensava: faço, não faço...
Nunca fui muito festivo mas arrependo-me sempre quando deixo passar as oportunidades e desta vez não falhei, agarrei-me a uma vontade bastante forte de me divertir, sentir que precisava de reunir os meus amigos e fazer também uma apresentação da minha nova casa.
Claro que já muitos deles conheciam mas...what the hell, I´m going to PArty Hard this time.
Quando se pensa fazer uma Festa com algumas pessoas a noção da logística torna-se num factor bastante decisivo para que não seja um desastre completo! Pensei num limite máximo de 20 pessoas e desatei a espalhar mensagens nos telemóveis. Olhando para a minha casa, que tem uns meros 55m2, começei a fazer contas de dividir...Ora, quantos m2 para cada pessoa? Sendo que alguns deles não seriam muito úteis, a título de exemplo, a casa de banho, a entrada, o meu quarto! tirando estes elementos ficaria com cerca de 40 m2, ou seja, 2 m2 por pessoa! Não é muito, mas tendo em conta que numa qualquer discoteca cabem 5 pessoas num metro quadrado portanto aqui estaríamos "à larga"!!! Está decidido, agora não há volta atrás...
Os convites...
Os convites começaram a ser feitos uma semana e meia antes até ao próprio dia!
Como bom Português o efeito surpresa do deixar para o dia seguinte é sempre mais apelativo...
Houve alguns convites, convites simbólicos de amigos que estão fora do país, um auto-convite e a consequente escapadela: Sms-Afinal-não-vai-haver-festa-obrigado-a-todos, como resposta à tentativa de intromissão. Não foi bonito mas o auto-convite menos bonito foi.
Não tive todas as pessoas que gostaria de ter ao meu lado, mas sabia que não era uma escolha delas, por isso não fiquei tão triste.
A preparação...
A preparação começou de uma forma até bastante organizada não fosse ter a ajuda da minha irmã. Tinha que estar no sábado bem antes das 9:00 para tomarmos o pequeno almoço e ir Às compras mal o supermercado abrisse! E assim foi, como planeado! Assim que entrámos a minha irmã pergunta-me: Trouxeste a tua lista não trouxeste? e eu, - Lista, qual lista?
A DAS COMPRAS!!!!! - e eu... - Ups...hiihi Como é óbvio eu tinha mais ou menos tudo na cabeça...mais ou menos! A minha irmã tinha tudo planeado numa folha de papel de quem vai ao supermercado sem enganos! Irra que até a fazer compras é organizada!
Comprámos tudo o que era preciso e lá fomos para casa, mais propriamente para a cozinha fazer tartes, bolos e as entradas! Eu era o ajudante que ninguém quer ter, a primeira tarefa. Tirar uma 123 da dispensa! Eu abri o armário e só vi maquinetas por tudo o lado, sabia lá eu qual delas era a 123!?? Pode até ser muito óbvio mas para mim é o mesmo que falar tibetano. no comprendo!!
Depois chegou a vez de bater as claras e, claro que, para ver se já estava tudo firme como uma rocha, levantei a batedeira sem desligar...Escusado será dizer o estado da cozinha...
A seguir, bem, a seguir a minha irmã já estava com pouca paciência para os meus disparates mas ainda assim confiou-me uma tarefa simples, derreter uma tablete de chocolate de culinária!
Ok, ora aí está uma tarefa que sei fazer perfeitamente, achava eu...mexi, mexi e remexi e quando estava derretido a minha irmã vira-se e diz: já puseste leite não já? E eu: Leite...? Ups...
O Chocolate já estava a colar nas paredes do tacho e o cheiro começava a parecer a chocolate queimado! A partir daí acho que não fiz mais nada... Eu tinha avisado e quem me conhece sabe que partilhar tarefas não é a minha especialidade, ainda por cima a fazer bolos de receitas que nunca vi na vida! Mas no fim tudo correu fantasticamente e as tartes ficaram perfeitas!
Foi tudo para o frigorífico e eu fui tratar de outras coisas, como tratar de arrumar a minha casa que mais parecia Timor-Leste em tempo de Guerra. Fui a correr e com a minha grande ajuda lá pusémos tudo no devido lugar e arrumadinho. Devo dizer que foi uma preciosa ajuda sem a qual nada teria conseguido! Ainda com a casa em arrumações dei um pulo ao ikea com os objectivos bem definidos. Ir ao Ikea no sábado e como o tempo contado é o mesmo que ir a um mercado na china às 8:00! Uma peixarada desgraçada cheio de pessoas a passear e a ver as vistas. Que terror!! Mas tinha que ser. Objectivo: Uma mesa preta, dois jarros para bebidas, guardanapos de cor, duas saladeiras, duas molduras e um abre caricas extra, caso um não chegasse! Uff, consegui comprar tudo e trouxe tudo debaixo do braço, era um peso bruto mas lá consegui trazer, mesa e tudo!
Cheguei a casa e começei a montar a mesa, Uff tinha 30 minutos para a montá-la, tomar um duche, vestir-me e ir a correr para casa da minha irmã buscar as ditas tartes feitas de manhã! Pronto já está, o facto de ter montado uma mesa idêntica no passado levou-me a montar esta em tempo recorde! Foi um milagre ter montado tudo devidamente e lá parti eu em busca das tartes.
Meti-me no carro e já faltavam 30 minutos para as 18:00. Eu tinha combinado com as pessoas a partir das 18:00, também era essa a hora que o meu pai trazia a comida já feita previamente num restaurante, tudo encomendado com antecedência! Porém não foi fácil, trazer as tartes no carro foi uma aventura e não sei como é que tudo não resvalou. Como é sabido os meus dotes de condutor variam entre o colin Mcrae e o sr do 1º andar como 82 anos que vê mal e tem alzheimer. A coisa não foi fácil mas chegou tudo em quase perfeitas condições...
Em casa já tinha o meu pai à espera como uma caixa térmica ENORME, com comida para um batalhão esfomeado! Mal cheguei fui logo ajudá-lo, foi estacionar o carro, sair e levar a caixa.
Ok, como é sabido tenho dois elevadores mas são tão pequenos que mesmo juntos seriam miseráveis! Foi então que tentámos lá pôr a caixa mas em vão...foram 5 andares a subir como a caixa na mão. Ao segundo piso o meu pai já deitava os bofes de fora então encarreguei-me de levar sozinho, se já tinha ido ao ikea ao um sábado e tinha sobrevivido o que era aquilo para mim? Peanuts!
Lá fui destemido sem arranhar as mãos na parede nem suar muito! chegados lá a cima e a tarefa da logística tinha finalmente acabado! Tempo de descansar e ir para a janela...
Passaram 30 minutos a arejar e eis que a olhar pela janela cá para baixo vejo um carro com a porta aberta. Mas que raio. Não está ninguém perto do carro e a porta escancarada, que imbecil é que deix....CARAMBA! NãO POSSO CRER. é o meu carro!!! Desatei a correr para o elevador. Quando cheguei lá abaixo estava tudo no sítio. Uff, que descanso...parecia terem acabado as emoções mas não. Lá subi outra vez. Então a partir das 19:00 começaram a chegar os meus amigos!
A festa...
to be continued...
domingo, outubro 25, 2009
No teu deserto...
Desculpa lá Miguel mas vou ter que transcrever...
...Hoje já ninguém vai ao nosso deserto (...) A razão principal é que já não há muita gente que tenha tempo a perder com o deserto. Não sabem para que serve e, quando me perguntam o que há lá e eu repondo "nada", eles riscam mentalmente essa viagem dos seus projectos. Viajam antes em massa para onde toda a gente vai e todos se encontram. As coisas mudaram muito, C.! Todos têm terror do silêncio e da solidão e vivem a bombardear-se de telefonemas, mensagens escritas, mails e contactos no Facebook e nas redes sociais da net, onde se oferecem como amigos a quem nunca viram na vida. Em vez do silêncio, falam sem cessar; em vez de se encontrarem, contactam-se, para não perder tempo; em vez de se descobrirem, expõem-se logo por inteiro; fotografias deles e dos filhos, das férias na neve e das festas de amigos em casa, a biografia das suas vidas, com amores antigos e actuais. E todos são bonitos, jovens, divertidos, "leves" disponíveis, sensíveis e interessantes. E por isso é que vivem esta estranha vida: porque, muito embora julguem poder ter o mundo aos pés, não aguentam nem um dia de solidão. Eis porque já não há ninguém para atravessar o deserto. Ninguém capaz de enfrentar toda a aquela solidão. (...)
...Hoje já ninguém vai ao nosso deserto (...) A razão principal é que já não há muita gente que tenha tempo a perder com o deserto. Não sabem para que serve e, quando me perguntam o que há lá e eu repondo "nada", eles riscam mentalmente essa viagem dos seus projectos. Viajam antes em massa para onde toda a gente vai e todos se encontram. As coisas mudaram muito, C.! Todos têm terror do silêncio e da solidão e vivem a bombardear-se de telefonemas, mensagens escritas, mails e contactos no Facebook e nas redes sociais da net, onde se oferecem como amigos a quem nunca viram na vida. Em vez do silêncio, falam sem cessar; em vez de se encontrarem, contactam-se, para não perder tempo; em vez de se descobrirem, expõem-se logo por inteiro; fotografias deles e dos filhos, das férias na neve e das festas de amigos em casa, a biografia das suas vidas, com amores antigos e actuais. E todos são bonitos, jovens, divertidos, "leves" disponíveis, sensíveis e interessantes. E por isso é que vivem esta estranha vida: porque, muito embora julguem poder ter o mundo aos pés, não aguentam nem um dia de solidão. Eis porque já não há ninguém para atravessar o deserto. Ninguém capaz de enfrentar toda a aquela solidão. (...)
Annie Hall...
Deve haver algum terapeuta conjugal ou psicanalista a receitar filmes do Woody Allen a muitas pessoas. É um recital comportamental a par com Manhattan e outros.
Ontem revi o Annie Hall no canal Hollywood, melhor, ontem vi a sério o Annie Hall, vi com olhos de ver, ou melhor ainda, com um estado emocional para o interpretar convenientemente. As razões pelas quais eu adoro ver um filme do Woody são as mesmas da angústia/percepção de uma vida, está repleta de adversidades e volte-faces romantescos que implicam muitas vezes a sanidade mental de uma das pessoas, por vezes das duas, fazendo lembrar-nos que numa relação há sempre alguém que ama mais do que o outro, como uma caneta bic virada de ponta para baixo, tem demasiados lados para se precipitar e nenhum para se equilibrar. Talvez por isso exista uma referência no filme aos amores ignorantes, quando interpela um casal na rua absolutamente oco de ideias mas que se relaciona sem complicações, diria mesmo que é um marcador, de tampa fechada, achatada, mas que se equilibra perfeitamente em qualquer superfície. Não se abre para escrever mas também não cai.
A personagem é manienta, neurótica e polarizadora, incapaz de perceber a sua frustação social detém nas suas razões a cultura e a dinâmica no conhecimento, acinzentando-se. A outra personagem pela Diane Keaton, é totalmente voadora e precisa de ver elementos novos na sua vida como sinal de mudança e de progressão vivencial, é daquelas pessoas que traz uma folha do género de Supermercado com aquilo que tem que levar para casa para não se esquecer de nada, uma espécie de "Bucket List" de experiências que nos tornarão prontos no fim do ciclo da vida, género : " i´ve been there, done that. Next..." ; porém muitas vezes não há "Next", muitas vezes são essas as pessoas do mundo novo a fazerem-nos:
"Next!"
Ontem revi o Annie Hall no canal Hollywood, melhor, ontem vi a sério o Annie Hall, vi com olhos de ver, ou melhor ainda, com um estado emocional para o interpretar convenientemente. As razões pelas quais eu adoro ver um filme do Woody são as mesmas da angústia/percepção de uma vida, está repleta de adversidades e volte-faces romantescos que implicam muitas vezes a sanidade mental de uma das pessoas, por vezes das duas, fazendo lembrar-nos que numa relação há sempre alguém que ama mais do que o outro, como uma caneta bic virada de ponta para baixo, tem demasiados lados para se precipitar e nenhum para se equilibrar. Talvez por isso exista uma referência no filme aos amores ignorantes, quando interpela um casal na rua absolutamente oco de ideias mas que se relaciona sem complicações, diria mesmo que é um marcador, de tampa fechada, achatada, mas que se equilibra perfeitamente em qualquer superfície. Não se abre para escrever mas também não cai.
A personagem é manienta, neurótica e polarizadora, incapaz de perceber a sua frustação social detém nas suas razões a cultura e a dinâmica no conhecimento, acinzentando-se. A outra personagem pela Diane Keaton, é totalmente voadora e precisa de ver elementos novos na sua vida como sinal de mudança e de progressão vivencial, é daquelas pessoas que traz uma folha do género de Supermercado com aquilo que tem que levar para casa para não se esquecer de nada, uma espécie de "Bucket List" de experiências que nos tornarão prontos no fim do ciclo da vida, género : " i´ve been there, done that. Next..." ; porém muitas vezes não há "Next", muitas vezes são essas as pessoas do mundo novo a fazerem-nos:
"Next!"
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