Corda roída

É um troço moído e trincado em sítios diferentes por vários dentes afiados,
Fazem-se sorrisos e depois um adeus sobre uma corda mordida.
É tão fácil abandonar...
Uma servidão social presa a uma corda sem segurança nenhuma, uma corda prestes a ceder...

O rapaz do telescópio avariado

O menino caído

O rapaz seguia pelos traços estranhos dos passeios, desembaraçado evitava a carrinha da escola mesmo nos invernos mais duros. Fazia-o porque era tempo em que acordava e olhava para o elemento que mais lhe despertava atenção: pequenos pedaços de vida. Interessava-lhe descobrir e não seguir, aos poucos foi-se ausentando de amigos e centrou-se. Quis manter a sua cabeça em paz, seguindo os seus sonhos com a imagem de Ícaro na sua cabeça. Este menino construía as suas próprias quedas e desilusões para poder prosseguir na sua escada-Mundo. Porém as suas quedas nunca eram demasiadamente sentidas pois provinham de si, eram caladas e gloriosas ao mesmo tempo e isso fazia-o mais forte, era forte sem ter realmente caído. De que nos serve a sabedoria em crianças? De que serve sabermos tudo mais cedo quando só estamos é a perder o nosso melhor tempo...o tempo em que os sonhos são reais e os pesadelos meras miragens. Numa doce transição, este pequeno anjo caiu no desejo de uma rapariga que o destroçou e lhe levou os sonhos. Quem tem que cair cai sempre...por mais que este menino achasse que não.

Adorei...

Há momentos assim, longos passos de arte e cor concentrados num espectáculo.
São passos levemente distribuídos pelo meu corpo que vão sorrir mais ainda. Enquanto me lembrar... E lembrar até pode ser para perdurar. Teve força para isso...