terça-feira, novembro 27, 2007

O maravilhoso Mundo dos Brinquedos...

Andava a ver se via este filme. Apareceu-me pela frente já nem sei como mas o que interessa é que no mesmo instante senti uma leve tentação. Domingo, bem dito bem feito.
Acho que é um filme inteligente por não ser fácil entrar neste mundo fantástico apesar de tudo ser tão...simples. Gostei de tudo um pouco...não é um fenómeno de filme mas é bem interessante. Acho que preenche o meu imaginário de criança e faz sonhar um pouco mais...
E quem é que não precisa de sonhar? De ter um pouco de magia nas pequenas coisas?

Eu gosto de fazer sonhar...quem já poucos sonhos tem.

domingo, novembro 25, 2007

No limiar da dança...

Recordo os teus movimentos oblíquos e vejo neles uma dança inacabada.
Curioso, sempre que a música pára tu continuas a dançar... no teu maior elogio à vida.

depois...

Que dúvidas existem quando te oferecem um livro que não pediste, nem escolheste mas que vais adorar ler?
Essa simples surpresa define quem te conhece, quem te observa atentamente e de quem te adora.
Não posso esquecer que hoje me deste dois livros* de um autor que adoramos os dois.
Não posso esquecer que hoje o meu sorriso voltou sobre a forma de uma paixão antiga.
Os livros, estes que me deste, são a forma perfeita de dizeres que me conheces muito bem e que não poderias ter sido mais certeira.
Um sorriso bastava, mas só quando temos sorrisos para dar, quando sentimos esses sorrisos.
Um sorriso e um livro preenchem um lugar muito forte na minha bagagem das surpresas.
No fundo era tão simples...

Obrigado!

*Cal
Cemitério de Pianos

terça-feira, novembro 20, 2007

Um novo dia...

Amanhã lá me encontrarei no Chiado. Vai ser um reencontro, uma paixão antiga por resolver.
Os caminhos levam-me para lá mais uma vez, mais uma vez por dentro de ruas estreitas, mais uma vez por dentro dos sonhos. É dos sítios mais bonitos de Lisboa, quase que não cansa.
É um sítio já tão fustigado por palavras mas só por isto, porque é encantador.
É um refúgio, é um sítio de recordações, de namoro, de sonhos...
Gostava que aquele ambiente se propagasse pela noite, mas mais pela vida de café, de passeio e contemplação...

um dia será assim...

domingo, novembro 18, 2007

Criar e construir...

Começa a loucura dos presentes e dos brinquedos. Mais um ano de correrias? naaaaaa...
Acredito no Natal, acredito e quero fazer acreditar aos que me rodeiam que os presentes podem mesmo ter um significado. Ainda mesmo que não seja o mais criativo dos presentes acho que é possível exercer uma força positiva sobre as crianças, principalmente no género de brinquedo que se pode dar.
Um dia destes visitei uma feira de objectos antigos que se realiza no primeiro e terceiro domingo de cada mês em frente ao Mosteiro dos Jerónimos. Foi muito engraçado ver pessoas interessadas por pequenas raridades, mas sobretudo fiquei encantado com a organização desta feira. Pode-se encontrar um pouco de tudo e como tal também havia brinquedos antigos.
Bonecos de papel, carrinhos de madeira, cataventos, berlindes, etc... Em contraposição fui um dia destes ajudar a minha irmã a comprar os presentes para as crianças mais próximas dela. Filhos de amigos, sobrinhos, (irmão...eu), etc...
Entrei então no supermercado dos brinquedos e mais uma vez saí de lá com uma falta de disposição para 98% dos brinquedos que eles têm. A maior parte não lhes atribuo qualquer qualidade. Um brinquedo deve ser uma descoberta mas estes de agora são muito fraquinhos. Ainda assim adoro os Legos e tirando isso só os jogos de tabuleiro me desviaram a atenção. Ainda me recordo dos meus tempos a brincar com os legos dos piratas e com os da cidade. Actualmente existe uma infinidade de séries da Lego incluindo os StarWars.
Se fosse miúdo provavelmente seriam estes os Legos que pediria. Ainda me recordo de ser miúdo e tentar fazer as naves da Guerra das Estrelas com peças de Lego daquelas caixas chamadas Creator que têm centenas de peças e cores diferentes para usar a imaginação!
A criatividade era o limite e só ficava triste porque assim que fazia uma nave daquelas tinha que desmanchar para ter peças suficientes para outra nave que já tinha em mente. Assim nunca pude brincar com elas mas o meu gozo era montá-las no chão da minha sala enquanto os meus pais viam coisas chatas na TV. Nunca vi a Televisão nem as "Cassetes" (agora DVDs) que esta gente vê agora e divertia-me 10 vezes mais a inventar jogos que raramente voltava a jogar. Ainda me lembro do meu primeiro e único videogravador (ai que saudades desta palavra) da marca Singer e dos filmes custarem uma fortuna! Hoje a quantidade de DVDs para os pequenotes é obscena mas lá no meio encontro filmes muito bons. Recordo o dia recente em que vi com a minha sobrinha o filme do Aladino e da Jasmine, estúpido ou não acho que nunca tinha visto aquele filme do princípio ao fim! Lembro-me bem de alguns clássicos mas esses vi-os mais tarde porque a minha prima tinha alguns...
Já não sei quem é que está certo nesta luta antiga pela atenção das crianças/dinheiro dos pais...

Provavelmente o Homem das cavernas diria que no seu tempo é que era...brincavam às mocas e aos pedregulhos!

Enfim. Cada tempo com a sua virtude.

Tempo para outros blogs...

Porque ainda vais a tempo

Ainda ficas parado a olhar para a neve a cair?
Ainda queres tocar em tudo?
Ainda gritas quando estás feliz?
Ainda te deixas ficar encharcado à chuva?
Ainda te sentes a corar quando te despem de pensamentos?
Ainda gritas numa casa vazia para ouvires o eco da tua voz?
Ainda acordas com vontade de brincar?
Ainda te ris sem conseguires parar?
Ainda fazes castelos na areia?
Ainda acreditas em contos de fadas?
Ainda te apaixonas como se fosse a primeira vez?
Ainda corres para chegares mais cedo?
Ainda queres saber tudo?
Ainda te faltam as palavras?
Espero que ainda digas que sim.

Admiro os que nunca se habituam ao mundo.

Setembro 11, 2006

Texto publicado por Zofia do Blog www.descontroladoaltodeleite.blogspot.com

sexta-feira, novembro 16, 2007

Hoje o dia foi meu...

Terça-feira

Acordei meio atordoado como estes últimos dias, deito-me tarde e acordo muito cedo. Desfiz a roupa da cama e renovei aqueles lençóis abandonados. Por mim, sim. Quis perguntar as boas coisas da vida. Quis saber coisas simples. Fiz o meu pequeno almoço com um sorriso meio desengonçado e tomei as minhas vitaminas de A a Z. Hoje percorri as minhas tarefas, ajudei uma amiga. Hoje meti-me nestas meias-tardes já pouco luminosas pelo chiado. Apeteceu-me subitamente descer aquela rua. Cá em cima comprei umas castanhas assadas a um euro e fui a descer a rua mais Cosmopolita da cidade, como um miúdo que brinca como se fosse a primeira vez. É óptimo voltar a descer assim estas ruas e ires contando a tua história à medida que desces. Há aqueles que fazem malabarismo e te sorriem quando as suas vidas transpiram, há aqueles que engraxam os sapatos dos outros com mãos de trabalhador e sapatos de pedreiro. Há aqueles que namoram e se abraçam e segredam. Há aqueles que se desenham e afirmam na rua numa espécie de ego-performance, há aqueles que desistem de subir e as suas vidas demissionárias tropeçam nos degraus da desgraça. Há aqueles que compram, há os que vendem, há os que tentam vender. Há ainda os novos que ainda sonham, há uns que se sentam nas esplanadas, há os que olham os das esplanadas de soslaio, há os que sorriem, há os que choram sem se ver. Há os angustiados também...Há aqueles que observam e desencantam pequenas histórias nos corpos que o cruzam. Um desenhador de perfis numa cidade encantada.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Mundo mágico...
























shaun tan| pencil

domingo, novembro 11, 2007

Rapaz de Giz

Era uma vez a história de um rapaz de giz que vivia na terra das escolas. Este rapaz vivia num mundo do conhecimento e tinha as respostas na ponta do seu giz...Tinha nascido um giz de cor escura, e apesar do seu saber o giz de cor era pouco utilizado, era sempre o branco, sempre o branco. O rapazinho sabia que tinha nascido com a cor errada, sabia que nunca iria ser utilizado, mas ele era bom aluno e bom sabedor e gostava de conseguir acreditar mas mal se olhava ao espelho percebia que era uma cor feia, não servia o propósito de ninguém, a sua cor pouco luminosa não contrastava com a ardósia comum de uma sala de aula. Nela a sua cor perdia-se, misturava-se no preto e não sobressaía, as suas qualidades pareciam esquecer-se e ninguém via o que escrevia. Este menino raramente saía já da caixa de cartão que continha o material da sala de aula, ele já não via a luz há muito tempo. Imaginava um dia poder ouvir o som da caixa a abrir-se e alguém pegar nele, mesmo que fosse para poisá-lo junto à base do quadro, onde todos os outros meninos de cores mais abertas brincavam e observavam a aula. Mesmo que fosse isso apenas, já seria mágico. Este menino de giz ficava-se pelos sons, e tão pouco já se recordava das aulas e de como era aquele imaginário. Já não conhecia os meninos de aula; as turmas foram passando uma após a outra sem ter saído sequer da caixinha de cartão encarnada. Os dias passavam e nada fazia crer que saísse mais, nada fazia crer que este menino de cor escura iria ser utilizado, nem para uma conta de somar ou de subtrair, nem para uma correcção de um ditado, nem para um desenho de expressão plástica. Nada, absolutamente nada. Por dias perguntou-se o porquê de ter aquela cor, o porquê de alguém ter escolhido tal cor que jamais iria ser utilizada! Sentia-se injustiçado, sentia-se envergonhado e feio, perdido mesmo. Já nem conversava com os outros meninos de giz porque sentia-se diferente, amargurado com a sua cor que não escolhera, e no entanto sabia tanto, sabia mais que todos os outros juntos, o seu tema preferido era Geografia pois um dia gostaria de viajar para um mundo diferente, para uma escola que tivesse tudo ao contrário, entre eles um quadro branco, tão branco que a sua cor resplandeceria imenso, criando o mais bonitos dos contrastes. Imaginava-se expressivo nesse quadro...mas não havia ardósias brancas. Não saberia como isso iria ser possível, mas o sonho fez com sorrisse por uma vez na sua longa vida. Curioso o percurso de vida de um pau de giz, a sua vida encurta conforme o seu sucesso, vai-se gastando de tantas e tantas contas e textos, e assim vai vivendo, uma vida feliz! Um giz parado pode durar mais tempo mas, por dentro, não terá realmente vivido.Um dia o menino de giz dormia, os seus olhos cansados fechavam-se desenhados, pois que foi então que um menino que fugia de outros entrou pela sala dentro para se esconder. Alvoraçado lá se pôs debaixo da mesa da professora. Escondeu-se e prometeu silêncio a ele mesmo, pois ou era isso ou uma tortura dos meninos mais velhos que implicavam com os mais calados. Passados uns minutos lá se mexeu e foi então que viu uma caixinha encarnada na prateleira da secretária da Professora da Sala amarela. Levantou a mão e com um movimento despachado lá retirou a caixinha. Esperou uns segundos na esperança que ninguém tivesse ouvido nem visto o movimento e lá pôs a caixa entre as pernas cruzadas. Olhou para ela e sorriu, lembrou-se que lhe tinham dado uma vez uma prenda numa caixa parecida aquela. Curioso não conseguiu esperar mais um segundo que fosse e levantou a tampa que a fechava. Revolveu a caixa e encontrou uma caneta, um lápis de riscas amarelas e pretas, uma tesoura azul, uma borracha, apara-lápis verde luminoso e lá bem no fundo encontrou um pauzinho de giz de uma cor que não sabia o nome, mas era uma cor muito mas mesmo muito escura. Sabia que não era preto e perguntou-se para que finalidade tinha. Pensou, pensou e nenhuma ideia lhe veio à cabeça já que no quadro não poderia ser! - Mas para que serve uma cor tão escura que mal se vê? perguntou.Este menino curioso não se deixou vencer pelo mistério e reparou que este pauzinho tinha qualquer coisa de diferente em relação a todos os outros e não era apenas o seu tom. Curiosidade começava a crescer e para ele resolver aquele mistério fez com que se esquecesse de tudo o resto. Destemido levantou-se e foi buscar ao quadro um pauzinho branco de giz e comparou com o que tinha encontrado na caixinha... Então sorriu e percebeu que a diferença existia mesmo, o pauzinho do quadro era mais seco e partia-se com facilidade, enquanto que o da caixinha de cor era mais macio e moldável. Percebeu logo que aquele aquele giz afinal não era um giz mas sim lápis de cera, um lindo lápis de cera com uma cor fascinante e fora do comum! Num outro dia este menino pediu à professora se podia ficar com este lápis pouco utilizado e a professora de sorriso aberto concedeu-lhe aquele desejo tão simples. Era o mais belo dos lápis de cera e ele foi a correr para casa mostrar aos seus pais aquele lápis, só parou em casa e foi sempre numa correria gigante até ter o seu lápis de cera são e salvo! Foi logo mostrar ao seu pai pintor que lhe disse que aquele lápis de cera tinha um outro nome. Era um Pastel das melhores marcas europeias e estava como novo. Era de uma marca rara Holandesa e só os grandes pintores os tinham! Fascinado o pequeno rapaz olhava para o seu "lápis" e disse: Um dia serei Pintor, até lá serás sempre o meu "lápis" e protegerei-te sempre...O menino cresceu , um dia o menino tornou-se pintor como o tinha dito e todas as suas obras foram assinadas com este Lápis pastel de uma marca antiga Holandesa...


Domingo, março 11 2007

sábado, novembro 10, 2007

Sente-se nas nuvens...



















Projecto que eu acho que deveria ter ganho e apenas se ficou com uma menção para o concurso da "Vitrakem".
A ideia parece-me bem explorada e apreciei a linguagem e a dinâmica do projecto.
O meu projecto bem defendido teria tido um lugar aqui ao lado...mas também não posso ser provinciano e acho que os projectos selecionados merecem esse lugar.
Numa próxima talvez, numa próxima recente... Continuar a tentar furar...
Como prémio verei o meu projecto também ele ser Editado e Publicado! Nada mau...hein? :)
Os projectos foram construídos e estão no Aeroporto de Lisboa...
Bons vôos!

Projecto de Arq.to Marcelo Dantas e Arq.ta Olga Sanina

quinta-feira, novembro 08, 2007

Uma noite no CCB...

Vim agora de uma inauguração de uma nova exposição temporária no CCB, a primeira pós-Museu-Berardo, e fiquei muito interessado na obra deste jovem pintor (tem mais três anos que eu, logo 30), que revela uma intensidade que eu acho fenomenal.
A expressão de cada quadro é muito boa e garanto-vos que já não sentia esta sensação em relação a um artista plástico já há algum tempo. Até só com três quadros, já de alguma dimensão, se fazia uma exposição. Claro que esta mostra intitulada- "Caminhos Excêntricos", é composta por mais jovens artistas todos eles da Europa Central e apesar de me ter centrado mais neste trabalho achei um nível global muito interessante, fazendo crer que existe uma força criativa muito grande e com qualidade em zonas menos evidentes como a Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria e Áustria. Nós, Portugueses, é que sofremos com a descentralização da Europa, sendo que ainda nos passa muito mundo à volta de nós e que não pára. Mesmo nos tempos de hoje, ainda é tudo muito rápido e fulgurante para este país. Claro que temos coisas fantásticas e artistas óptimos, mas o nosso país não acordou para a expressão artística e para importância que tem na sociedade moderna. Uma Exposição renovadora, a 0 euros, uma noite bem passada à conversa com um grande mestre, o maior que tive nesta vida e onde se falou de tudo um pouco,
e também a reutilização deste espaço imenso que é o CCB para exposições temporárias! Já não era sem tempo e acho que foi uma correcção inteligente, já que não direcciona o CCB só para o Museu Berardo- relativamente a exposições- introduzindo assim alguma frescura e novidade, e que, apesar da rotatividade do espólio e acervo da Colecção do Tio "Bernardo" , torna a visita ao Centro Cultural numa possibilidade de impulso renovável- de exposição temporária em exposição temporária... Digo eu que vai aumentar o interesse...
Estranho é a ligação franca com o resto do espaço expositivo...será que irá haver uma separação de bilhetes da Exposição temporária para a exposição Permanente? Ainda assim, e mesmo não sabendo a resposta acho que a iniciativa tardia está ganha! Parabéns...

Daniel Pítin Flashback, 2007
| oil and acrylic on canvas | 140x180 cm |

Daniel Pitín...










| In the Street | 2006, 180 x 140 cm |

quarta-feira, novembro 07, 2007

Vela ao Vento leu...

...''Era uma vez um rapaz que amava uma rapariga, e o riso dela era uma pergunta que ele queria passar a vida inteira a responder''...


Hotel...

Bem, que filme! Fiquei rendido ao encanto deste filme e foi mesmo o melhor que vi este ano até agora. Bem eu sei que já não é novo...Andava à procura deste "rapaz" há já algum tempo, já esteve à venda com o expresso se não me falha a memória, já teve no VideoCentro como venda de filme usado mas bem mais acessível...enfim, já esteve em tantos sítios e eu nunca o tinha conseguido apanhar! Foi numa tarde recente que lá encontrei este filme e não resisti a agarrá-lo...primeiro era para ser uma oferta, mas depois não me consegui libertar dele. Mas esta história não acaba já... aqui o tonto, depois de conseguir comprar o filme 2 vezes mais caro que o suposto...(pormenores), andou a tentar vê-lo durante os dias seguintes mas sem sucesso, havia sempre algo que falhava. Então pu-lo debaixo do banco do meu carro e pensei: " Pelo menos aqui ele está seguro, e quando houver vontade venho buscá-lo e voilá! Tinham-me avisado que este filme era um murro no estômago e por isso precisava de uma altura certa...
A altura certa chegou quando olhei para a minha estante e percebi que me faltava ver um filme...
Foi então que , depois de ter andado com o filme durante dias a fio debaixo do meu banco, lá me recordei que o tinha lá deixado como uma espécie de Relíquia perdida!
-Ena! Pensei eu; tinha o dia salvo. Voltei ao carro e... lá estava ele! Aparentemente esquecido...

Gostei da riqueza do filme...nem parece que é de 2004, aliás, parece-me já um clássico! A cor, a imagem, as roupas! Está perfeito! Este filme é um hino à vida Humana, à partilha, à protecção, à grandeza de algumas pessoas que tem coragem na ultrapassagem das dificuldades. É um filme baseado numa história real e faz pensar além dos pensamentos habituais. Uma das linhas que mais me marcaram...

Paul Rusesabagina (Don Cheadle): I am glad that you have shot this footage and that the world will see it. It is the only way we have a chance that people might intervene.
Jack (Joaquin Phoenix): Yeah and if no one intervenes, is it still a good thing to show?
Paul Rusesabagina: How can they not intervene when they witness such atrocities?
Jack: I think if people see this footage they'll say, "oh my God that's horrible," and then go on eating their dinners.
(...)
Coronel Oliver( Nick Nolte): [explaining why the world will not intervene] You're black. You're not even a nigger. You're an African!

Não preciso de dizer mais...
P.s.: Tem uma Banda sonora muito boa e entranha-se...

Eis um filme que quero ver...

Sobrou-lhe um rapaz de Cartão

Depois de tanta coisa boa pelo meio, depois de tanto carinho, depois de textos sonhadores, depois de viagens e destinos, depois de gargalhadas e suspiros, depois de horas loucas em cinemas antigos, depois de músicas e sons, depois dos cheiros, depois de tantos comentários sinceros, depois de tanta vida, depois de tantas coisas esquecidas.... Agora sobrou-lhe um rapaz de Cartão.


Rascunho antigo
Segunda-feira, Julho 10, 2006

E se...

um dia pedi...

Um dia pedi uma máquina de escrever.
Esperei esperei mas ninguém compreendeu a minha vontade. Bem, acho que ninguém me levou à séria! :)
Acho que há presentes que não queres comprar, há presentes que queres que te ofereçam quase de surpresa. Há coisas simples e baratas que se podem dar, há um beijo e um abraço que custa tão pouco. Gostava de escrever cartas assim, gostava de carregar nos botões e ouvir o tal barulho. Gostava de ter uma máquina de escrever, mas gostava de uma que trabalhasse, não para servir como objecto decorativo! Não! o que gostava mesmo era uma máquina destas, como escrevi há uns longos meses, queria uma máquina de escrever mas há histórias que parecem ficar esquecidas.
Gosto de escrever de todas as formas e hoje tenho ideia que ate deitado e de barriga para o ar consigo, um pouco como o desenhar! Adoro desenhar! Sou feliz a desenhar! Alguém conhece um emprego onde se desenhe o dia todo? Aceito uma conversa e um café para quem quiser partilhar coisas de que se gosta muito! Irra lá estou eu...começo em no A e acabo no Z! :)
Mas assim é que tem piada! :)

terça-feira, novembro 06, 2007

Sentir...

Sentir é uma memória não acabada.

Sonhar...

Sonhar é ir buscar os nossos desejos sem um medo alternativo.
É ponderar as vozes diferentes que informam o teu corpo sensitivo, é não medir tanto a vida.
É talvez participar na solução antes de a termos perdido.
Mas também não os acho inconsequentes, não os acho perigosos, acho-os muito necessários para atribuirmos valor à nossa diferença, para insultarmos as nossas tristezas, para renovar a nossa janela mundo. Tecer o novo e não abrigar o antigo nos passeios de ruas calcetadas. As memórias servem os sonhos e não devem ser interrompidas. Digo eu que o sonho é isso porque há muito que não o faço...apenas preciso.

Brincar...

Hoje tive um dia muito inesperado e giro. A caminho da casa da minha irmã vejo uma velha lata no porta-bagagens muito suja mas não tomei muita atenção. Meti-me no carro e lá fui de encontro a uma grande paixão. De facto aquela miúda muito pequenina dá uma serenidade muito grande a qualquer um e eu até tenho precisado dela; hoje foi mesmo um dia santo. "ó tio...Estás triste? Mas tu és lindo pois és?" sorrisos, só sorrisos pelo meio e uma ternura muito grande que vem de uma criança de 2 anos e meio e uns tantos palmos que me abraça como uma pessoa crescida e acerta-me em cheio no meio do coração. De coração menos apertado o beijinho e a lambidela fizeram-me sorrir. Acho que todos nós deveríamos aprender estas coisas simples com as crianças, que não olham a pessoas, nem virtudes, nem a outras coisas que pouco interessam. Beijam e mimam de sorriso na cara como quem diz: "Anda Tio, agora só precisas dos meus sorrisos e gargalhadas saborosas e pões-te logo bom do que te dói!" Foi então que a surpresa aconteceu! O meu pai trouxe do carro a velha lata e abriu-a à nossa frente espalhando pelo chão velhos brinquedos! Os olhos desta menina brilharam tanto, talvez o mesmo quando tinha 5 anos e recebi estes brinquedos pelo Natal. Tinham-lhe trazido os meus legos arcaicos dos piratinhas e soldadinhos que brincava quando era minúsculo. O meu sorriso não poderia ser maior e para mim foi uma pequena retribuição aos gestos sucessivos de uma "Piratinha" de palmo e meio. Não dá como resistir ao seu encanto, é uma perdição esta menina.
Cada vez conversa mais e melhor, utiliza os tempos verbais quase na perfeição e ainda consegue ensinar-me bastantes coisas. É um pequeno Ser mas grande de coração. Brincámos muito, brinquei como um miúdo pequeno, brinquei como se tivesse sido a primeira vez com aquelas peçinhas todas. Lembrei-me logo logo das minhas brincadeiras e construí logo um carrinho mal consegui conjugar as peças necessárias. O que faz uma coisa tão simples como uma velha e suja lata despertar um mundo de fantasia, o que faz um gesto tão puro como um mimo de uma criança, o que fazemos nós sós neste mundo de intolerâncias tolas...

quinta-feira, novembro 01, 2007

Um dia disseram-me...

(...) Charme é a forma como sempre olhas para mim. Charme é o teu cheiro que fica comigo depois de termos estado juntos. Charme é o toque das nossas mãos. Charme é o teu sorriso que se abre e os olhos iluminam-se! Charme é a tua distracção, charme é quando procuras por mim!(...)

O menino amarrotado

Era uma vez a história de um menino muito reservado. Ele era calado mas nunca deixou de se pronunciar sobre os assuntos mais diversos, gostava bastante de jogos antigos e adorava observar o mundo,- "um olhar perdido"- diziam. Era apenas um olhar interessante e cativava amigos pelos cantos de toda a sua cidade, na sua velha escola; era um amigo de pequenas aventuras. Pequenas porque era esse o seu tamanho.
Esse menino não era apenas bonito, mas, por isso, enchia o desejo de todos os outros da nova escola, ele era calado e nunca se apercebera que aos poucos começavam a fazer pouco dele, pelas suas brincadeiras aparentemente absurdas e antigas; a novidade já não existia e repentinamente tornou-se desinteressante aos olhos de todos. Não queria ser notado, apenas... não esquecido! Ele às tantas denunciava um olhar amargurado e a sua tristeza enaltecia a sua sombra, havia dias que arrastava a sua mochila da escola e já nem ouvia o que os outros diziam: eram os outros, os parvos, os idiotas que apenas não brincavam as suas brincadeiras. Sentiu-se deslocado, perdido. No princípio as coisas eram uma coisa, depois, com o tempo, foram ficando muito adversas. Era um rapaz incompleto, ou melhor, era um rapaz diferente mas ninguém viu isso a tempo, já ninguém queria brincar com ele entretanto. Queriam os meninos-novidade. Às tantas houve uma menina que até lhe achava piada que lhe disse que brincava com ele porque achava que era "fixe" estar com ele...mas logo deixou de estar porque mais ninguém o fazia, lá está, esteve porque era recente e oportuno, porque parecia um escape aos antigos com quem tinha andado, porque parecia giro, mas era só isso, epidérmico quanto baste; ninguém lhe deu tempo para falar e aquela sua cara de menino bonito não mostrava mesmo a ninguém quem era. Os sorrisos apareciam-lhe escondidos, sorrir era a última coisa que lhe apetecia, o trajecto até casa era já feito sozinho; só, sempre só... Odiava aquela escola mas não tinha feito nada por isso, a novidade tornou-se numa tortura para ele, já não o era! Ele não percebia porquê a afinidade inicial e depois de ser novidade foi encaixotado como um velho brinquedo sem uso. Como um velho e lindo boneco de pano sem mais brincadeiras para oferecer. Porque é que se desiste assim? Porque é que se encosta uma pessoa desta forma tão seca, tão egoísta?
Porquê quando os "brinquedos antigos" são os melhores, têm histórias fantásticas para serem contadas, têm um legado familiar por vezes, têm sabedoria...tal e qual como lhe tinham ensinado? Mas estes meninos não davam valor a isso e mal deixou de ser um aluno recém-entrado foi esquecido e relativizado, as suas opiniões fantásticas valiam de tão pouco mal abrisse a boca, os seus brinquedos que eram bons no começo agora não prestavam para nada; ele, abismado, que a olhar para isto, para os seus brinquedos e para si, reparou que não podia ser amarrotado nem deixado como um brinquedo partido, não queria ser um menino bonito apenas, não tinha culpa de sê-lo, não queria nem por mais segundo que fosse. Queria ser mais, mas quem é que lhe prestava atenção? Todos os dias havia uma novidade e todos as outras crianças abraçavam-se a elas e esqueciam o rapaz ou o que quer que fosse que ali estivesse; esperava se fosse preciso por uma oportunidade, como se fosse ele a quem tivesse que ser dada uma; como se fosse ele o resto, a sobra. Sentindo-se um trapo, a sua confiança descarrilou em ruas inclinadas e também por elas percebeu que as pessoas valem mais. Foi numa rua inclinada que viu o seu rumo e por onde não queria seguir, queria ser um contador de histórias mas tudo o que tinha sido era pouco. Descobriu que existia ali só para ser mostrado, aos outros, -"vejam vejam como ele é bonito e pouco mais". Imagino o que não será descobrir que és parte de uma trama para satisfação de alguém, com um carácter quase meramente objectual. Que ascendes de situações mal-resolvidas e és aquilo que as pessoas querem que tu sejas, só para servir, para ser visto com..., ser mostrado como um troféu, uma nova conquista pronta para ser posta na montra dos amigos e da família. Imagina que foste escolhido por aparentares e para ser um descargo de consciência, uma substituição na hora certa: -" É mesmo "este" que queremos para mostrar no nosso círculo de amigos".
Imagina que tudo não terá passado de um grande mentira e só descobres quando te afeiçoaste demasiado. Imagina que te controlam por te terem tornado previsível e comum e agora podem se ver livres de ti, plenos de moralidade e falsa-compaixão. Imagina que acreditavas no primeiro olhar e te dizem que ele nunca existiu. Imagina que te puxam a vida por debaixo dos pés e tu queres desistir. Imagina que não representas aquilo que sempre te disseram e já não sabes em que parte acreditar. Imagina que nem por um um segundo gostaram de ti, apesar das aparências.Viram nele um campo de possibilidades e em nenhuma altura tinha sido pelo seu coração as suas opiniões e intenções. Ele não era um pedaço de aconchego dos desejos momentâneos dos outros, para depois já não servir, não queria ser essa coisa pálida e egoísta. O miúdo foi faltando à escola, começou a desinteressar-se de igual maneira, deixou de se preocupar porque a vida para ele atingia um limite: a sua auto-estima, o seu ser e a sua personalidade. Sentindo-se um trapo de menino decidiu abandonar as amizades, as paixões, as ilusões que lhe restavam. O que se pensa quando se está a mais? O que se faz? Agarrou-se aos seus velhos bonecos de pano, abraçou-os como antigamente e parou de chorar, fartou-se de já não prestar, de já não ser útil, de já não ser Ele. Afastou-se para sempre da superficialidade das relações e mais tarde conheceu a rapariga com quem viria a viver. Para sempre.