segunda-feira, julho 11, 2005

Volúpia

Tinha sido talvez o tempo em que a rapariga de aparência divina tocara meu corpo com os seus longos finos dedos.Ela sorria mostrando nos dentes a perfeição.
De alma devastada, solidária, o rapaz chegara à margem do seu precipício sem nada entender. Digamos que era belo, assim ignorante. Ao tempo eu dizia: Matar-me-ás com beleza, beleza. Assim definia o amor. Voltávamos à volúpia de sermos sós, ao luxo. Esse corpo fora a presença animal de diferença e ambiguidade. A música, extrema paixão, origem de violentas emoções.

Isabel de Sá

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