sexta-feira, setembro 09, 2005

Ler devagar

Para quem não conhece, provavelmente um dos bons segredos do bairro alto uma fantástica livraria onde podemos parar um pouco a velocidade estonteante de uma vida de trabalho, sentar, tomar um chá ou um café para estarmos diante de um autor desconhecido ou não, tacteando as páginas tornadas livro, saborearmos o momento nocturno de cabeceira em pleno dia.Perfeito. Leitura/Livros. A música é mais uma banda sonora que faz tanto sentido que nem nos lembramos que ela existe.Uma companhia simpática.
No entanto é sempre diferente, agradavelmente diferente mas sempre no mesmo tom.
O bem estar, contudo, permanece e tende a aumentar.
A simpática dona da loja fala um doce francês que recordo recorrentemente.
Enquanto isso passeio por entre mesas baixas carregadas de palavras.
A estante ergue-se dobrando as paredes. Os livros arqueiam a estante. A estante parece querer soltar-se da parede. A ânsia da novidade absorve-me. Os meus olhos percorrem os títulos, uns certos outros tortos, uns altos outros escondidos, os que já lê-mos, os que gostaríamos de ter e os nossos conhecidos rejeitados, os chamativos visualmente, os chamativos, os interessantes, os temas, o modo, o autor.
A estante percorre-me.
O livro persegue-me.
A escolha acontece.
A sua leitura torna-se inevitável. Mais tarde ou mais cedo. Mas inevitável.

E tudo isto acontece em minutos, o tempo/intervalo de uma tarde qualquer,
que passa na lentidão dos segundos roubados ao relógio.

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