Domingo. Lisboa acordava festiva. As embarcações navegavam, Tejo acima, engalanadas, solenes.
Na nova ponte, com a Expo´98 a seus pés, ondulavam ao vento bandeiras coloridas, cabelos desgrenhados, discursos pomposos. Comia-se caviar.
Djamba, operário indiferenciado, a prazo, comia na velha barraca do Bairro 6 de Maio, moamba feita por Maria Ngola, negra meã, de ventre prenhe e de filho às costas.
De olhar na TV, percorria a ponte e recordava s pilares do seu suor, os tirantes da sua força, o alcatrão da sua cor. triste, sorria, amnhã começava nova ponte. Da incerteza. Do regresso:
Angola.
júlio mira Expo em 98 palavras, in Diário de Notícias, 1998
sábado, abril 28, 2007
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11 comentários:
Parabéns! :D
que bonito! gostei muito!
Pssiuuu... Where are you? Miss you...
oi! estou aqui...estou? estou sim!
hihi
achaste-me!
Beijo gordalhofo
Houve um dia que passou muito importante para estes dois.
não houve?
Ups, :)
Foi? Qual?
...bem, eu diria que foi aquele em que ele ficou calado no momento em que ela chegou, acelerada e desnorteada ( a primeira e única vez sem bússola), a um castelo de sabores. Ele provava as suas indecisões e ela o seu silêncio. Ambos resistiram aos tumultos da noite e dissolveram-se nas palavras.
Eram 5:00 da manhã e distanciaram-se, brevemente...
não achas?
Eu sou sempre acelerada e desnorteada, excepto quando me contrataram por tempo indefinido para bússola. Indecisões? Era mais nervosismo e palavras a atropelarem palavras! O teu silêncio e o olhar de lince para não escapar nada...
Despediram-se com um adeus sentido um até já... E nunca mais deixaram de ser quem eram, naturais como se estivessem sozinhos, cheios de sonhos, cheios de sorrisos...
Até já?
enquanto tu sonhas... uhm, v ai ser giro vai!
um dia...
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