terça-feira, novembro 06, 2007

Brincar...

Hoje tive um dia muito inesperado e giro. A caminho da casa da minha irmã vejo uma velha lata no porta-bagagens muito suja mas não tomei muita atenção. Meti-me no carro e lá fui de encontro a uma grande paixão. De facto aquela miúda muito pequenina dá uma serenidade muito grande a qualquer um e eu até tenho precisado dela; hoje foi mesmo um dia santo. "ó tio...Estás triste? Mas tu és lindo pois és?" sorrisos, só sorrisos pelo meio e uma ternura muito grande que vem de uma criança de 2 anos e meio e uns tantos palmos que me abraça como uma pessoa crescida e acerta-me em cheio no meio do coração. De coração menos apertado o beijinho e a lambidela fizeram-me sorrir. Acho que todos nós deveríamos aprender estas coisas simples com as crianças, que não olham a pessoas, nem virtudes, nem a outras coisas que pouco interessam. Beijam e mimam de sorriso na cara como quem diz: "Anda Tio, agora só precisas dos meus sorrisos e gargalhadas saborosas e pões-te logo bom do que te dói!" Foi então que a surpresa aconteceu! O meu pai trouxe do carro a velha lata e abriu-a à nossa frente espalhando pelo chão velhos brinquedos! Os olhos desta menina brilharam tanto, talvez o mesmo quando tinha 5 anos e recebi estes brinquedos pelo Natal. Tinham-lhe trazido os meus legos arcaicos dos piratinhas e soldadinhos que brincava quando era minúsculo. O meu sorriso não poderia ser maior e para mim foi uma pequena retribuição aos gestos sucessivos de uma "Piratinha" de palmo e meio. Não dá como resistir ao seu encanto, é uma perdição esta menina.
Cada vez conversa mais e melhor, utiliza os tempos verbais quase na perfeição e ainda consegue ensinar-me bastantes coisas. É um pequeno Ser mas grande de coração. Brincámos muito, brinquei como um miúdo pequeno, brinquei como se tivesse sido a primeira vez com aquelas peçinhas todas. Lembrei-me logo logo das minhas brincadeiras e construí logo um carrinho mal consegui conjugar as peças necessárias. O que faz uma coisa tão simples como uma velha e suja lata despertar um mundo de fantasia, o que faz um gesto tão puro como um mimo de uma criança, o que fazemos nós sós neste mundo de intolerâncias tolas...

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