sábado, setembro 06, 2008

Museus a Oriente...

Hoje fiz uma jornada diferente, fui com uma pessoa muito especial que está sempre ao meu lado mesmo quando eu acho que não, foi muito divertido e sobretudo interessante. Hoje lembrei-me de várias coisas que que já gostaria de ter feito, mas como tudo, o tempo nestas coisas desacerta-se e acerta-se constantemente por um relógio escorregadio, mas tudo se encaixa, e lá fomos...
Decidimos ver a exposição do Arquitecto Peter Zumthor, melhor, do Mestre Peter Zumthor.

Poética...para mim não há projectos sem poética.

Bem, como se não bastasse e não fosse eu, João, o próprio do despassarado, lá fomos de encontro à Lx Factory perto do Calvário, estacionei a milhas, para variar, e lá fomos radiantes da vida. Eis que ao longe o cartaz indicava que a exposição só começa amanhã...-raios! Será que tenho que passar a confirmar duas vezes?...lá pensei e cheguei à conclusão que afinal hoje era apenas a conferência com o senhor que já está mega esgotada há meses! Enfim, mas como nada está perdido, e esta cidade tem sempre algo para oferecer, lembrámo-nos de passar ao Plano B! CCB. Fomos ver uma exposição que nos tinha passado a inauguração da última segunda-feira. Desenhos para Escritores, é assim que se chama esta exposição.
Desde Novembro do ultimo ano que não perco uma exposição temporária aqui no CCB... Mas também não foram muitas confesso! À partida esperava a presença da Ana Hatherly, do Almada Negreiros, Cesariny, etc... o clã Português de escritores/pintores...mas foi mais surpreendente!
A exposição começou logo com um problema! Falta de luz!!! Bem, Não se via assim grande coisa, parecia luz de velar mortos! Lá perguntei à rapariga que monotorizava e lá me respondeu que tinha que ser assim para não estragar os desenhos além de evidenciar os infractores das flashadas! ok, satisfeita a curiosidade lá começámos...
Havia desenhos de todos os tipos, uns muito pintados, uns muito riscados, outros só feitos com linha, como se de um Siza se tratasse, outros ainda pintados como se tivessem saídos das mãos de uma criança, outros directamente com pés de alguém; Era o que nos diziam na Cadeira de Projecto do Curso.
No fundo havia desenhos de nus, de velhos, de cenários, desenhos coloridos e apaixonantes, desenhos sonhadores, desenhos de quem escreve...
Destes fixei alguns nomes...(escrito nas costas de um talão Multibanco)

Charles Cross
Jean Cocteau
Max Jacob
Adré Breton
Léonora Carrington
Ghérasim Luca
Kurt Schnifters
Ana Hatherly
Tadeusz Kantor
Gunter Grass ( sabiam que este senhor, prémio Nobel, desenha que se farta? Daria um fantástico Naturalista! Fiquei de boca aberta.

A sério...vejam que merece a viagem...e claro depois ver mais um bocadinho da exposição Residente que está sempre em constante transformação.

Bem mas como em tudo, também tínhamos um plano C... lá fomos nós para o outro lado da linha em direcção a Oriente...Olha até foi mesmo!
Bienne, metidos no meu "preto-arranjado-e-como-novo" lá fomos visitar a Fundação Oriente num edifício Recuperado e Projecto pelo Arq.to João Luís Carrilho da Graça.

Outra grande descoberta e disso não restou a menor dúvida. O museu é extenso e muito bem composto! Viajamos por Objectos e por países... China, Japão, Tibete, Malásia, Timor, Indonésia, Coreia, Sirilanka, India, etc...
Fiquei deslumbrado com as máscaras da India e do Japão. As máscaras na sua maioria eram dedicadas ao culto e à devoção a um deus, mas também há o Teatro e outras celebrações.
Depois foram os biombos do Japão mais uma vez, depois uma colecção de frascos para guardar comprimidos que mais pareciam frascos de perfume! Mas todos diferentes, cada um com uma história por ser contada...
As cores, as texturas, a dedicação, o detalhe. Às tantas disse, falei pensando: Fantástico...
A cultura Oriental tem outra devoção, e esta exposição teve o condão de sublinhar o fascínio que tenho por ela.
Esta é imperdível, o espaço em si também é bom, primoroso, apesar de ser demasiado escuro às tantas...mas calma, não é precisa levar uma lanterna!

Por entre contadores, juncos de prata japoneses, armaduras de Samurais e Shoguns, tapetes, loiças, pinturas, leques... a colecção de máscaras era simplesmente divinal.

Foi uma tarde bem passada...a repetir, foi só pena a minha despassarice, mas como quase tudo na vida tem solução, ninguém ficou triste!

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