domingo, setembro 28, 2008

Uma aventura num casamento...

Bienne, por onde hei-de começar? Hum...curioso, pensava que este casamento ía ser uma coisa e acabou por ser outra completamente diferente! Ontem casou-se um dos meus melhores amigos, já foi o melhor amigo destacado, mas acontecimentos recentes levaram-no para 1º lugar mas em ex aequo! lol... Pouco importa, são todos bons amigos e isso é que conta! O casamento ía ser em Vila do conde...então lá fomos nós, os três estarolas, os três mosqueteiros, o trio Odemira...nós!
Custa perceber como é que pessoas com personalidades tão diferentes conseguem manter-se amigos durante anos a fio! Mas a fórmula resulta e cá nos mantemos unidos. Na sexta começou a combinação às tantas da noite feita por sms. A mensagem era simples, ter a casa do N. às 10:00 da manhã para irmos comprar o presente. Contentinhos e de presente na mão lá mandámos embrulhar algo e eis que o N. sugere que o presente devia ficar com a pega de fora e o papel a contornar. Asneira! pois, a asneira foi tal que o embrulho não durou a primeira "pegadela".
Lá nos desviámos para casa de cada um para nos pormos bonitos...ou tentar pelo menos!
Combinámos ao meio-dia..depois ao meio-dia e meio e depois ainda às 13:00...claro, chegámos todos atrasados e partimos eram 13.45!!! Segunda asneira...
A viagem correu relativamente bem, falámos de muitas coisas interessantes, desinteressantes, sobre o vazio também... ( eu meti propositadamente a colherada porque até há bem pouco tempo falaram-me de povos na Tunísia que conseguem manter uma conversa muito bem articulada sobre coisas aparentemente vagas e universais mas que nós, Ocidentais, já não pensamos...)
Muito bem, a conversa pegou e gerou um debate interessante sobre decorrências do tema...uuu
Spooky. Assim passaram-se Km, a ouvir músicas calmas, e outras bem menos, tudo pelo Dj M.
Com o N. ao volante chegámos a um ponto em que o carro começou a tremer por tudo o que era sítio. Parecíamos que estávamos dentro de uma máquina de lavar da Hoover das antigas que até saíam do lugar com tanto abanar!depois de algum chocalhar lá começámos a inventariar problemas. Bem, a primeira tentativa foi acusar o sr. que tinha feito a revisão e logo dissemos foi o turbo que ele andou a remendar!! Com tanta conversa, fizémos mais um Km... depois lembrámo-nos e pusemos o M. de cabeça de fora a 80 km/h para ver se era um furo numa roda...Bingo, era isso mesmo. A roda já andava torta. Mas mesmo assim fomos levando o carro devagarinho devagarinho, o N. insistiu que não parássemos e eu e o M. a dizer: Pára! Claro o inevitável aconteceu...FUMO!!! roda estava a queimar e deitava fumo e um cheiro a queimado. Ok. era hora de trocar o pneu! Fomos em busca da chave eespecial, mudámos os nosso lindos fatos por roupa de fim-de-semana e nada! Não conseguíamos tirar o Pneu nem por nada! Decidimos entrar no carro e ir até à próxima paragem de serviço que estava a poucos kms... Tínhamos passado a indicação dos 10 km uns minutos atrás..Não podia estar muito longe!!
mas a 50 km/h na auto estrada tudo fica longe! E com um pneu a fumegar intensamente e a largar um cheiro pestilento a borracha queimada indescritível não me parecia irmos muito longe...
Mas lá conseguimos...devagar como uma lesma mas lá achámos o caminho... parados, levantámos o carro novamente e tentámos, entretanto chamámos um carro da brisa para nos ajudar! Bem... Faltava 1 hora para o casamento começar já com a perspectiva do atraso normal... tudo parecia perdido. Pior, quando tirámos a roda, vimos que o amortecedor tinha desaparecido! desfez-se!!
UAU...andar com um pneu furado é mesmo má ideia e por pouco não nos aconteceu algo realmente estúpido e mau. Trocou-se o pneu e seguimos viagem..devagarinho, não tínhamos suspensão traseira, era como uma carroça do Faroeste! Mas sem cowboys ou dinheiro, o que nos tornaria numa diligência! Nada...Tudo a 0´s! Lá prosseguimos devagarinho e de repente as conversas sobre o Universo desapareceram e passámos a coisas tão básicas como: - chegamos ou não chegamos?- N. Tu é que tiveste a culpa! quiseste continuar. -Nós avisámos-te!! Tudo bons amigos a culpá-lo por tudo! eu avisei que éramos totalmente diferentes...
Depois de alguma discussão, e de irmos a 80km/h lá nos concentrámos por fazer uma boa média! Mas sem estragar a suspensão que já não existia! Mas tudo se compôs...conseguimos recuperar, sobretudo porque o casamento anterior se tinha atrasado uma hora!! Entrámos na Igreja como uns gloriosos ajudados pelo sr da Brisa ao qual ficamos eternamente agradecidos!
Mas a coisa ainda não tinha asneirado por completo...Há sempre mais surpresas...
Era suposto eu ler no missal, parte do Ofertório, eu supostamente levaria o Pão. Mas eu não tinha Pão! O atraso e probabilidade de não irmos ao casamento fez com que o que eu ía ler mudasse para a rapariga que me sucedia. Ou seja: ela lia duas vezes, a minha parte e a dela...
Quando chegou a altura eu não tinha nem pão nem juízo, mas segui em frente e enfrentei o Toiro, e coisa lá correu bem. Mas todos se riram, houve quem não desse conta, porque com tanta troca e baldroca consegui baralhar o esquema montado e o ofertório transformou-se no ponto máximo de desorganização do casamento! Bem o microfone estava à minha altura, como eram todas raparigas que me sucediam, elas não se fizeram ouvir...segunda barraca. Mas conta quem ouviu que a minha intervenção tinha corrido muito bem, que nunca tinham ouvido um arquitonto discursar assim. Fiquei honrado mas admito que tenha sido por manifesta solidariedade ao meu momento de desestabilização da missa. Mas que se riram, ah isso foi certinho!! Um número que não cobrei aos noivos...

Ah, depois foi o melhor... Fomos para um Hotel muito interessante onde se fez a continuação da festa, e onde iríamos ficar, supostamente, a dormir...
As conversas mantiveram-se, ficámos numa mesa onde se fez de tudo um pouco, como tirar o N. fora de si..o normal portanto. Bebeu-se mutio, contaram-se muitas histórias. Muitas delas de ficar agarrado à barriga a rir. Tramámos o Sr noivo...perdão, o sr casado já! E contámos os podres todos, nós, amigos, somos sempre uma fonte inesgotável de tragédias! A do fato de treino encarnado e a carapaça laranja foi o ex libris... só para quem sabe.
Depois o momento crucial! A dança do Ritual das formigas africanas pelo M. !!!
Quem viu o filme "can´t buy me love" dos anos 80 sabe do que falo...é talvez dos filmes teenagers mais emblemáticos da época. Não foi uma réplica, mas no conjunto aproximou-seaquela dança...muito selectiva e cheia de ritmo! Claro que incluiu a dança do "Fame" quando se ouviu " fame..i want to live forever...i wanna learn how to fly..Fame..." neste momento a pista ficou sem ninguém e o M. agigantou-se e lançou-se sem medos para cima da pista a dançar como no genérico da série Fame!!! Foi o momento alto da noite e de chorar a rir!! Os gestos eram iguais, e os vôos, apesar de mais curtos e pouco trabalhados, a barriga não perdoa, estavam lá. Genial... Dançou-se o mais que se pôde no fim...e ficaram os resistentes, não muitos, mas os suficientes para fazerem a festa até ao FIM, os clássicos todos foram dançados numa paródia incrível e foi sem dúvida um casamento para a desgraça! Carlos Paião, Doce, o típico...

O cansaço depois chegou e cada um remeteu-se ao silêncio dos seus quartos depois da palhaçada.

No outro dia acordámos e fomos passear por Leça da Palmeira, fomos ver a casa de chá do Siza. é muito bonita e confesso que nunca tinha lá ido! Ups... ai ai... é imperdoável esta mas tudo tem o seu tempo. Todos somos corrigíveis, é preciso é saber o que falta... saber o que nos falta.

Viemos a passo de caracol para Lisboa porque o carro ainda não estava bom, viemos a cantar músicas de desenhos animados e o, o clássico, Tom Sawyer completíssimo cantado por M., na perfeição. Trautear a música do Indiana Jones sem falhar um tom... as Músicas dos Gun´s and Roses de forma perfeita...sem erros. Percorremos bandas sonoras de filmes, a música do Top Gun, do West Side Story, etc...tudo muito completo e heterogénio. Cheio de emoções e todos ao rubro a cantar! A música do James Bond também correu particularmente bem...Não faltaram os clássicos destas cantorias, os desafinanços quando tinha que ser e a boa disposição ao longo da viagem... Engraçado, o reportório musical do M. é excelente não fosse ele ter uma excelente capacidade auditiva!

mas o melhor foram as conversas e as piruetas em vôo do M. Inesquecível..mais que não seja porque está tudo FILMADO!

o fígado e os nosso pulmões ficaram em Vila do conde...mandam-nos por correio para a semana.
Hoje parecíamos todos o Bryan Adams a Cantar...eheheh tal não foi a palhaçada.

Amizade e o Amor na mesma folha de papel.

Não falo mais. No outro dia ía pondo alguem a chorar com o que disse... estava inspirado

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