segunda-feira, junho 13, 2005

Degolei a pressa...

Se sou assassino?
sou
na noite que matei o tempo
aproximei-me dessa ideia
fixa
pensada
deliberada
questionada
era mesmo aquilo
sem hipótese
teria que matar o tempo apressado
a única maneira
a primeira
que me surgiu
esquecer as horas
os milésimos de segundo
fazem perder
perder-me
perder-te
a ti
tempo estáctico
onde te vejo
onde te observo
nos gestos
de lentidão
de pausa absoluta
onde não envelheces
onde o ponteiro
estagna
ali
imóvel
inerte
recuperei o fôlego
repensei
e no tempo exacto
de decisão
as mãos tremeram
não fui capaz.
a pressa
sou eu
o tempo sou eu.
olhei para cima
e...Zás.

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