sábado, outubro 01, 2005

Palco

agora que reti uma paixão no infinito
prisão de paredes ocultas
esforço intruso
depois de andar sobre mim
depois de esgotado
somar a dor e projectá-la
um lançamento sem som
sem fim
para não sentir
que
a palhaçada grega
acabou
tirei a pintura
a máscara
que me puseste
que deixei ficar
mostro as minhas lágrimas sem tinta
as sombras mal dormidas vincadas
a noite hoje não tem palco
desliguei a luz
um projector negro
o foco foi-se comigo
sem cenário
fora de cena
abateu-se sobre mim
tu não ficaste
e não vieste comigo
"no hay banda"
silencio

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