quarta-feira, setembro 06, 2006

De uma noite de tempestade (7)

Em noites omo esta os moribundos vêem claramente,
estendem as mãos para os cabelos, que crescem,
cujos fios brotam da fraqueza do seu crânio
nestes longos dias,
como se quisessem ficar
à tona da morte.
Os seus gestos andam pela casa
como se houvesse espelhos em toda a parte;
e esgotam com esse remexer
no seu cabeço - as forças
que foram reunindo ao longo dos anos
que passaram.

Rilke

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