As noites não são feitas para a multidão.
do teu vizinho te separa a noite
e contudo não deves procurá-lo.
E se de noite acenderes a luz do teu quarto
para olhares as pessoas no rosto
então deves perguntar-te: a quem.
As pessoas são terrivelmente deformadas pela luz
que dos seus rostos goteja
e, quando de noite se juntam
vês um mundo vacilante
caoticamente amontoado.
Um brilho amarelo expulsou
todo o pensamento das suas mentes,
nos seus olhares cintila o vinho,
das suas mãos pendem
os pesados gestos com que
se estendem nas suas conversas;
e com eles dizem: eu e eu
e querem dizer: qualquer um.
Rilke
quarta-feira, setembro 06, 2006
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1 comentário:
belo poema...
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