segunda-feira, outubro 08, 2007

Abre-se um silêncio

Sobre uma gaveta pouso a angústia e sento-me na beira da minha cama.
Que faço?
Abro a gaveta e escondo-me lá dentro num processo de rebaixamento?
Retiro-me de cena e sacudo as angústias pousadas num gesto repentino lá para dentro e tranco?
Faço lembrar quem sou, aguçando a memória das paixões?
Deixo decidirem por mim como uma pressão avassaladora meus amigos?
Recorro às lembranças e finjo que tudo passa?

O dia passou sem mais ruídos, fui-me deitar sem certezas.
A gaveta ficou aberta e as minhas dúvidas pousadas- ao lado da minha mágoa.

2 comentários:

Kokas disse...

Só no fim do ciclo se fez luz. Aliás, vendo bem, foi no início porque os posts se encadeiam ao contrário aqui: do mais recente para o mais antigo. No mais antigo se fez luz. Isto é, percebi no fim aquilo que escreveste no início.

Entendo-te. Não te julgo. Entendo-te, hoje, melhor do que há uma semana. Porque também se abriu a minha gaveta, de par em par, e não gostei do que vi. Fechei-a num instante. Voltei a abri-la para ver se a visão se confirmava. Acertei. "Sou tão mais do que isso que ali me sinto ser..."

Aquele abraço, 4x4

joaopedromira disse...

Acertaste em cheio. gracias pela leitura atenta e perspicaz.

um abraço, aquele abraço totalmente 4x2
(sim, o meu "sujinho" na dá para grandes aventuras, só buracos ..e e ...!) eheh :)