domingo, outubro 26, 2008

Adorei...

Recebi na sexta-feira dois livros simplesmente fantásticos. Um é o Babayaga e o outro La Tortue géant des Galapagos. Eu pedi os livros, andava a namorá-los há algum tempo, e quando descobri que podia encomendar vindos da Fnac casa mãe em França fiquei logo entusiasmado. Porém os livros demoram cerca de um mês e meio a chegar, é uma verdadeira tortura, para além de poder esquecer que tinha feito o pedido...Mas a minha irmã encomendou-os via Amazon.fr e foi um instante. Passou uma semana? Sim , talvez, foi mesmo muito rápido! Estas possibilidades fazem-me ver mais livros lá fora, muitos fantásticos que não estão editados por cá, e bem que mereciam. Claro, eu sei que este efeito Amazon já existe há bastante tempo, aliás, eu lembro-me de ver em Milton Keynes os armazens da Amazon e só vos digo, simplesmente brutal, não pela arquitectura, que não existe, mas pela dimensão, são infindáveis!
Claro que nem digo de quem são os livros, já tenho vergonha de estar a repetir sempre o mesmo nome, mas a verdade é que são mágicos, e magia não existe assim ao pontapé, por vezes penso: "raios, porque é que me apaixono por coisas mágicas?" Depois medito um pouco, e pergunto-me novamente: " Será que são mesmo mágicas?" Esta desconfiança é pois bem tola. Por vezes desconfiamos de nós mesmos, mas a verdade é que não me engano muitas vezes, no que diz respeito a paixões, quando se sabe que é aquilo porquê questionar? Porquê procurar? Porquê a ânsia de mais? Porque somos insatisfeitos por natureza, sim, é uma possível resposta, porque pensamos sempre que há melhor, porque vivemos num mundo globalizado de acesso imediato a triliões de coisas, sensações e novas experiências? Porque neste corropio alguém está a fazer melhor, há alguém melhor? Porque de certeza que há sempre melhor, há sempre mais e mais e tudo parece não acabar? Porque as hipóteses são infinitas? Será porque procuramos coisas que já temos? Será que queremos coisas que nem sequer as vivemos, absorvemos? Em relação à Rebecca eu sei que ainda não encontrei melhor. Engraçado porque antes de ter procurado parecia já ter uma resposta. Não escrevi nenhum texto sobre isso, apenas sobevoou o meu pensamento, como em tantas outras coisas sobrevoam mensagens de certezas sobre as quais nem quero escrever. Chega-me pensar nelas. Talvez goste de apoderar-me das diferenças e perder horas agarrado a um livro que alguém folheia em 2 minutos, talvez prefira observar todos os detalhes infinitamente, sentir as ideias e a expressividade em cada palavra, os tons como e onde eles começam, onde acabam, preciso de imaginar a história por detrás das subtilezas, preciso de ficar radiante com cada descoberta, sentir que há simplesmente coisas que merecem ser vistas repetidamente com mais atenção que a primeira vez, sendo essa irrepetível.
Há poucos dias disse isto mesmo, há simplemente conjuntos de hábitos e renovações que nos transportam pelos dias até sucumbirmos. Dos hábitos pouco podemos fugir, muitos deles são mesmo necessários, para nos equilibrarmos precisamos de renovação também, que pode chegar de duas formas, por impulso e vontade ou por mero acaso. Estamos todos sujeitos a doenças do Capitalismo, o tédio é uma delas. Hoje é fácil ficar entediado, porque há tanta coisa que perdemos metade do tempo à procura do que queremos fazer, e, quando achamos que nas milhares de coisas que poderíamos fazer não há nada,porque é tudo chato, já fizémos antes, ficamos deprimidos, os anúncios dizem-nos à noite como estamos feios e de mãos dadas com a tristeza e que precismos de comprar algo para ficarmos bem connosco e com os outros. Pois eu nestes dias, porque os há, pego nos meus livros e revejo-os vezes sem conta, pego nos meus filmes e vejo-os vezes sem conta, e namoraria da mesma forma vezes sem conta, sendo que, de cada vez que o faço, é sempre diferente. Hoje ouvi uma coisa sábia, de facto viver com optimismo é a única maneira mesmo de enfrentar a longevidade, seja na diferença ou na repetição.


Adoro descobrir, e descobrir repetidamente uma coisa é tão ou mais interessante que o seu inverso.Agora descubro estes livros que o G. a R. e a minha M. me deram... continuadamente

P.s. : Entretanto, e como esperar faz bem, como já escrevi noutro post, encomendei 2 livros mais que chegarão daqui a uma infinidade de tempo. Claro que lido bem com a espera, faz parte do processo de adorar-o-que-temos-mais-do-que-o-que-não-temos...

títulos: Sentimento e Le geánt aux oiseaux

pois tenho a dizer que adorei este presentão...

Sem comentários: