terça-feira, dezembro 23, 2008

Última Aula...

Por vezes estamos desejosos por sair de determinadas situações que nos fustigam e cansam, mas simplesmente há outras que queremos que continuem indeterminadamente. Estas aulas foram de facto uma terapêutica incrível, e, sem dúvida, uma redescoberta. Sinto que saio com várias ideias sublinhadas, com vontades e projectos, com histórias a nascerem à minha volta, muitas delas sempre existiram, outras vão surgindo com muita espontaneidade, a tal que é intrínseca ao acto de criação, penso eu. Tudo se catapulta a uma boa velocidade, e é pois essa a que me interessa, não preciso de viver sorridente nas possibilidades se elas não se concretizarem, ou, pelo pelo menos, tenha sequer tentado! E por isso existe uma não-urgência consciente que me faz acelerar apenas quando estou on-fire! E sim, comigo acontece, posso passar horas que não faço nada de jeito, e outras em que simplesmente me lembro de uma imagem, pego numa folha de papel e zás, faço imensos desenhos de uma vez só! Tudo porque o acto de criação por vezes não segue as regras do hábito, apesar de entender que método e disciplina são fundamentais, elas nem sempre combinam. Ou melhor, chegam mais tarde, quando o turbilhão de ideias desata a correr pela força de uma caneta ou lápis, e as ideias continuam a chegar a essa velocidade estonteante, aí sim, preciso de disciplinar as ideias, para não tropeçar no novelo criativo.
Durante estas aulas apercebi-me que ainda não controlo a concentração tão bem quanto gostaria. Sei que não sou totalmente novo nestas andanças e isso dá-me tranquilidade e também algum ascendente sobre as dificuldades.
No início, na primeira aula, senti um pouco aquilo que já não notava há algum tempo, tive subitamente uma vontade de mostrar aquilo que sabia fazer de uma forma quase galopante, e isso revelou-se péssimo, claro, e eu já sabia que isso acontecia mas não esperei nunca que me acontecesse agora, não aos 28! Por momentos houve uma vontade viva muito verdadeira, reveladora de felicidade interior muito grande, e pois claro: notava-se. Essa primeira aula foi interessante porque acho que fiz 30 minutos péssimos, mas ao concentrar-me controlei toda essa fúria e transformei-a em tranquilidade, just like that. Bastou-me refrear o instinto e o impulso e pensar que aquilo era só uma sala onde 17 pessoas desenhavam em silêncio. Claro que meteram-se peripécias pelo meio mas também para quem me conhece já sabe que é o: mais que normal! - E assim fiz, puxei as folhas para mim e debrucei-me sobre o papel segurando o lápis com menos força e nervosismo com que tinha feito até então. Tudo fluiu...

Foi então uma curta mas interessante experiência, fiquei a saber que posso viver feliz a ilustrar histórias, mesmo que para já seja um projecto de pernas dinâmicas percebo que é uma das coisas que quero fazer, imagino-me nesse papel, fazer sonhar, com imagens.

Muito importante para mim foi dizerem-me isso...

Uma das coisas que mais me deu prazer foi levar todas as aulas um livro diferente para que todos vissem, pois por vezes nem sempre todos temos possibilidades de comprar livros, sendo que, se comprássemos todos os livros que vê-mos e gostamos, seria uma tragédia financeira.

No fim todos recebemos uma palavra do Professor, um último comentário ao trabalho que produzimos durante este período.
Ficou ainda marcada uma última viagem, ainda que não sendo uma aula, para nos reunirmos todos. Será na Editora Planeta Tangerina no dia 7 de Janeiro já em 2009! Espero nessa altura poder mostra qualquer coisa...

Até pode ser por aqui... mas a contar para o "Campeonato"...espero!

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