quarta-feira, dezembro 24, 2008

A minha casa nova...

A casa...

A minha casa de fora não tem assim uma grande história para contar. É dos anos 50 e de fora nem tem assim um grande aspecto, tem bastantes ligações a transportes, autocarro, eléctricos, comboio a 5 minutos a pé, tem esplanadas e museus, faculdades e campos de futebol, tem um hospital nas redondezas, tem um mercado ao virar da esquina, tem um maravilhoso Pingo Doce a 1 minuto em passo lento. Tem o Presidente e os famosos pasteis de nata a 2 minutos de carro... pois também tem o CCB, e também amigos por perto... tem uma coisa que prezo para além de tudo isto, soa-me a familiar o sítio...passei boa parte da minha vida universitária por ali, bem perto. E ao contrário do que muitos pensam a mim não me faz confusão absolutamente alguma!

A Chave...

A chave de casa tinha o porta-chaves mais piroso que alguma vez meti mão...só um pormenor...

A Porta da rua...

A porta de rua situa-se entre o encarnada deslavado e uma ligeira porção de rosa...mistura-se e dá a cor da minha porta...é importante um agachamento ligeiro para abrir a porta da rua. Outro detalhe...

O Elevador...

Ora, eis que chego a uma parte muito interessante deste edifício de habitação.
Não sei se vou conseguir descrever com exactidão as peripécias que este elevador já proporcionou, mas de alguma forma vou tentar, sempre num tom respeitoso porque já me apercebi do carisma que este elevador carrega sobre si, é talvez o elevador mais memorável de toda a minha vida, (for now...) por tantos e tantos motivos. Supostamente são dois elevadores, muito juntos, metidos ou engalfinhados numa caixa de escadas antiga, mas em que um deles se encontra avariado e para futura recuperação, espera-se...
Estes Elevadores são daqueles em madeira com dupla porta em fole metálico em que para se entrar é preciso uma panóplia de movimentos tirados de um número de ginástica desportiva da URSS nos anos 80. O Botão para chamar o elevador é único e não tem cá avisos digitais, nem sonoros nem visuais, só o barulho do desbloqueio do travão é que anuncia a descida do elevador.
Abrir a porta...Ufa...Estas portas de fole são muito interessantes, e até de alguma maneira eram um sistema inteligente, porém, toda a inteligência cai por terra quando abrimos a porta e percebemos a dimensão do elevador que é anedótico, mas mais, como o fole não abre todo a passagem para o elevador é feita inevitavelmente de lado, sendo que um dos grampos de fixação da porta tem a mania de invadir a nossa roupa, muitas são as vezes em que fico aí encravado pelo capuz do meu blusão-de-inverno-quase-insubstituível! Portanto entrar neste elevador requer alguma técnica de um nível interessante. Mas tudo isto acontece sem levarmos qualquer coisa na mão, nada, zero, niente. Claro que este elevador já fez algumas viagens muitas delas hilariantes, porque, apesar de saber que o elevador Celta (decorem este marca) tem um espaço que chamar exíguo é demasiado bom! Apesar do seu aspecto acabado, este menino já levou móveis do Ikea, mesas, cadeiras, livros até mais não caberem, etc...
Outra coisas que este menino faz é potenciar as relações humanas, é que ele é tão estreito tão estreito que a pessoa que entre no elevador com uma outra acabam íntimos passados 2 pisos!
Para além do facto que as duas não podem ir de lado uma para a outra. Portanto ou viras o rabo, o que é chato, ou ficas de frente a dois dedos da outra pessoa...o que é chato se não lavaste os dentes há pelo menos 15 minutos...O próprio Elevador é um desbloqueador de timidez!
Muitas e muitas histórias já eu cumpri neste elevador e muitas outras mais virão de certeza absoluta. Pois a verdade é que tem feito parte da minha vida e safo tantas e tantas vezes dos meus raids IKEA a meio da noite, e quando venho sobretudo do supermercado carregado de sacos! Até já dancei dentro do elevador! Fantástico...tem sido uma parte memorável...e é só a merda do elevador!

A casa em si...

Depois de me conseguir ver livre do elevador chego à minha porta, se chego de dia a luz irradia e perpassa por baixo da porta. É uma luz muito boa, a melhor de Lisboa sem dúvida, pode até estar ex-aequo com muitas outras mas sem dúvida que melhor luz não há!
Tudo começou devagar neste últimos dois meses...comprando as coisas aos poucos, comecei pela cozinha e apesar de ainda me faltar muita coisa sei que tenho o indispensável para viver!
A cozinha não é muito grande mas tem o seu lado bom, não permite muitas pessoas a bisbilhotar!
A outra é que estava completamente remodelada, a estrear!

A casa está virada a sul e praticamente é um 5º andar sobre Lisboa...vejo a ponte sobre o tejo, vejo a margem sul, vejo o rio em quase toda a sua beleza desde a ponte até à barra do Tejo, vejo o bugio a piscar à noite...barcos à vela, cargueiros, Iates, etc... tenho o som característico do movimento na ponte que me faz estranhamente companhia...
As janelas estão todas viradas a Sul é a uma casa quente, mesmo no Inverno derivado da exposição Solar ser fantástica., o que faz com que seja uma casa ecológica, amiga do ambiente, pois não tenho que aquecê-la para lá viver...mesmo quando arrefece à noite no exterior, a casa salta o calor absorvido durante o dia... é sublime mesmo.
Neste momento tenho a cama virada a sul e é muito interessante acordar com a Luz que acordo com o céu mesmo solto à minha frente, levantar-me e ver Lisboa em toda a sua plenitude...
Tenho a minha mesa de trabalho para aí virada e garanto-vos que se está lá muito bem a trabalhar...
O meu quarto divide-se entre quarto e espaço de trabalho, tem 18 m2 o que é bastante bom, mesmo dividindo subtilmente...
A Sala é pequenina mas é muito acolhedora e já tem o não-essencial todo... só falta o sofá...e as cadeiras...cof cof...ups.

A luz...

a Luz entra quando quer...não preciso abrir muito os estores para que ela irrompa por ali fora. Luz, é tanta. É a luz toda mesmo, e mais aquela reflectida no rio!
A luz permanece horas e horas por dentro desta casa. Mesmo quando o céu já pouco dá, há sempre algo...há noite, há a luz da lua quando se posiciona a jeito...e de vez em quando Vénus também, pregada ao tecto céu.

Os amigos...

Esses são sempre convidados a vir quando quiserem... e eu possa...cof cof,
já faltam poucos vir conhecer a casa, e, de algum modo, tenho feito a inauguração aos poucos, porque afinal, a casa é catita mas é pequena...tem que ser lentamente e com os amigos contados!!

Os sonhos...

Os sonhos permanecem e transitam de uma casa para outra. Não aumentaram exponencialmente, simplesmente agora é diferente...

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