domingo, setembro 20, 2009

I hate knives...

Devia fugir delas a sete pés, ter as facas mais fracas que existem, daquelas que não cortam nada, mas não, eu bem que tento e compro facas baratinhas, mas mesmo assim cortam demasiado. O pior é que aconselhei estas facas a muitas pessoas...
Hoje ía ficando sem um pedaço do polegar a cortar uma maça. Foi por um triz, mais um pouco de força e tinha ido apanhar o dedo ao chão e metê-lo no congelador. Há uns meses atrás aconteceu-me o mesmo, mas nada que se compare com o de hoje, um mero arranhão. Parece que de vez em vez, tenho necessidade de me cortar, mas não, é pura despassarice. Uma vez em criança, a brincar com o x-acto, cortei um pedaço do anelar. O histórico foi aumentando apartir do momento em que fazer maquetes se tornou numa coisa corrente, mas curioso é que me corto mais com utensílios de cozinha do que qualquer outro tipo de objecto. Posso também esquecer qualquer trabalho com maquinaria de serração e trabalhos domésticos de carpintaria também não me parecem os mais indicados!
Acontece que sempre que corto qualquer coisa estou sozinho, ou seja, pegar no carro para ir a algum lado é mentira, portanto, hoje fui a pé aos bombeiros. Qual não é o meu espanto quando me deparo como uma festividade qualquer dos bombeiros voluntários, pensei que teria que ir a um hospital porque ali não me ia safar. Logo na entrada uma enfermeira apressou-se logo em preparar o "bloco operatório", eu ia fazendo pressão no corte com a mão, coisa que aprendi que é o que se deve fazer imediatamente depois de desinfectar e certificarmo-nos de que nada ficou dentro do golpe que possa infectar; o melhor é estancar seja que tipo de ferimento for: um simples golpe, uma veia e no pior dos casos: uma artéria.
Depois de esclarecer o tipo de golpe lá o abrimos novamente e a coisa era feia. Diagnóstico: coser o dedo que teimava em não estancar. -Ah, isso são um ou dois pontinhos. E não é que eu acreditei nos bonitos olhos da enfermeira...Claro que os pontinhos afinal não foram só dois! Só mesmo eu para acreditar: inocente com justa causa! Bem tratado até podiam ser mais uns pontos!!
Se há coisa que admiro é a tranquilidade das enfermeiras que agem sem receio e conseguem dizer as coisas mais ternas e mais serenas mesmo quando as coisas ficam feias, mas quase que serviu de consolo, sem dedo mas cheio de esperança! Deve ser algo que se deve ensinar no primeiro dia de curso de enfermagem: - Tu vais te safar! Não é nada... Respira devagar, foi de raspão. Faz também lembrar os filmes de guerra quando um rebentamento de morteiro leva uns dois ou três para o galheiro e os médicos com as tripas nas mãos e pedaços de ossos misturados com metal dizem com a calma de um santo:" -Não foi nada, aguenta-te...não tarda estás de volta."...e por trás espetam-lhe 2 doses de morfinas no corpo, espalham sulfamidas ( o famoso pó branco) e tentam estancar a hemorragia em vão.
No fim das contas o dedo ainda é meu, não caiu, ainda não foi desta que usei gelo para conservar o pedaço em falta como já vi num episódio dos médicos de urgência, já verifiquei o boletim de vacinas e tenho a antitetânica em dia, conforme tinha ideia, se bem que não sou de fiar, conforme expliquei e cá ando com dedo de pedir boleia branco que é para se ver ao longe!
Fim das contas paguei 20 euros, pagaria menos se fosse sócio dos bombeiros Voluntários, e bem menos se não tivesse tido consciência das dificuldades que estas pessoas enfrentam para sobreviverem, eles e todos os que precisam.
Um apelo colectivo para todos os bombeiros e colectividades que se unem de uma forma nada profissionalizada e que merecem todo o respeito, que conseguem muito, mesmo sem ter uma estrutura financeira fiável e em particular para a simpática enfermeira que me atendeu e me "aturou" durante algum tempo! Se não doesse tanto voltava lá mais vezes!

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