domingo, setembro 27, 2009

...sr Burton
















Não sei como é que o faz mas o sr. Burton tem o condão de nos enfeitiçar com as suas histórias e personagens bizarras e lunáticas. Também não sei como é que adoro este género tão sinistro, porém, sempre me disseram que tinha um humor muito particular, mais virado para o lado negro e sarcástico, mas que ultimamente terei perdido um pouco; contudo adoro o humor não linear e esse é quase sempre imaginado por pessoas de outro planeta, que se ausentam de vez em vez, os tais com menos parafusos na cabeça. Pois eu acho que o sr. Burton tem é mais parafusos do que as restantes almas que o vizinham, e isso percebe-se pela forma como gere desde sempre os mesmos actores em histórias grotescas, porém, distintas entre si.
Há várias coisas que gostaria de fazer, uma delas passava por visitar o seu espaço de trabalho, ver como articula a intempestividade de um génio com a necessidade de produzir, fazer acontecer, na luta dos dias. Claro que a este nível muitas responsabilidades estão distribuídas, muitos saberes se cruzam, como opiniões e competências, porém, como será gerir a força das suas visões partilhando-as com os elementos circundantes de produção? Ou seja, onde cabe o génio na fábrica? Por vezes penso que este tipo de pessoas só o conseguem porque há uma devoção absolutamente cega e intransigente que faz mover um mecanismo preparado e coordenado...imagino eu.















"Alice nos país das maravilhas" será um dos bons filmes que certamente iremos ver em 2010. Os ingredientes parecem estafados: a história, os actores, a estética...mas não se deixem enganar;
O que o Tim Burton consegue é explêndido e desta vez será esquizofrenicamente belo!
Aguardo com expectativa uma das mais interessantes histórias agora com a noção que no tacho da cozedura o sal estará na dose certa.

P.s. : Só ele para ter um livro "infantil" intitulado "A morte melancólica do rapaz ostra e outras histórias."

quarta-feira, setembro 23, 2009

pensamentos emprestados...

"Pobre daquele que está cansado de tudo, porque tudo e todos estão sempre certamente cansados dele."

Gilbert Chesterton

"Quem se modera, raramente se perde"
"Aquele que não prevê as coisas longínquas expõe-se a desgraças próximas"

Confúcio



Old songs, old me...

Nada como voltar a coisas que são tuas e sabes que estarão sempre lá.
As capas dos cd´s ganharam um tom diferente ao longo dos anos, os cd´s já
passaram longas batalhas, tal como eu, mas a verdade é que são coisas que jamais perderei...

segunda-feira, setembro 21, 2009

domingo, setembro 20, 2009

I hate knives...

Devia fugir delas a sete pés, ter as facas mais fracas que existem, daquelas que não cortam nada, mas não, eu bem que tento e compro facas baratinhas, mas mesmo assim cortam demasiado. O pior é que aconselhei estas facas a muitas pessoas...
Hoje ía ficando sem um pedaço do polegar a cortar uma maça. Foi por um triz, mais um pouco de força e tinha ido apanhar o dedo ao chão e metê-lo no congelador. Há uns meses atrás aconteceu-me o mesmo, mas nada que se compare com o de hoje, um mero arranhão. Parece que de vez em vez, tenho necessidade de me cortar, mas não, é pura despassarice. Uma vez em criança, a brincar com o x-acto, cortei um pedaço do anelar. O histórico foi aumentando apartir do momento em que fazer maquetes se tornou numa coisa corrente, mas curioso é que me corto mais com utensílios de cozinha do que qualquer outro tipo de objecto. Posso também esquecer qualquer trabalho com maquinaria de serração e trabalhos domésticos de carpintaria também não me parecem os mais indicados!
Acontece que sempre que corto qualquer coisa estou sozinho, ou seja, pegar no carro para ir a algum lado é mentira, portanto, hoje fui a pé aos bombeiros. Qual não é o meu espanto quando me deparo como uma festividade qualquer dos bombeiros voluntários, pensei que teria que ir a um hospital porque ali não me ia safar. Logo na entrada uma enfermeira apressou-se logo em preparar o "bloco operatório", eu ia fazendo pressão no corte com a mão, coisa que aprendi que é o que se deve fazer imediatamente depois de desinfectar e certificarmo-nos de que nada ficou dentro do golpe que possa infectar; o melhor é estancar seja que tipo de ferimento for: um simples golpe, uma veia e no pior dos casos: uma artéria.
Depois de esclarecer o tipo de golpe lá o abrimos novamente e a coisa era feia. Diagnóstico: coser o dedo que teimava em não estancar. -Ah, isso são um ou dois pontinhos. E não é que eu acreditei nos bonitos olhos da enfermeira...Claro que os pontinhos afinal não foram só dois! Só mesmo eu para acreditar: inocente com justa causa! Bem tratado até podiam ser mais uns pontos!!
Se há coisa que admiro é a tranquilidade das enfermeiras que agem sem receio e conseguem dizer as coisas mais ternas e mais serenas mesmo quando as coisas ficam feias, mas quase que serviu de consolo, sem dedo mas cheio de esperança! Deve ser algo que se deve ensinar no primeiro dia de curso de enfermagem: - Tu vais te safar! Não é nada... Respira devagar, foi de raspão. Faz também lembrar os filmes de guerra quando um rebentamento de morteiro leva uns dois ou três para o galheiro e os médicos com as tripas nas mãos e pedaços de ossos misturados com metal dizem com a calma de um santo:" -Não foi nada, aguenta-te...não tarda estás de volta."...e por trás espetam-lhe 2 doses de morfinas no corpo, espalham sulfamidas ( o famoso pó branco) e tentam estancar a hemorragia em vão.
No fim das contas o dedo ainda é meu, não caiu, ainda não foi desta que usei gelo para conservar o pedaço em falta como já vi num episódio dos médicos de urgência, já verifiquei o boletim de vacinas e tenho a antitetânica em dia, conforme tinha ideia, se bem que não sou de fiar, conforme expliquei e cá ando com dedo de pedir boleia branco que é para se ver ao longe!
Fim das contas paguei 20 euros, pagaria menos se fosse sócio dos bombeiros Voluntários, e bem menos se não tivesse tido consciência das dificuldades que estas pessoas enfrentam para sobreviverem, eles e todos os que precisam.
Um apelo colectivo para todos os bombeiros e colectividades que se unem de uma forma nada profissionalizada e que merecem todo o respeito, que conseguem muito, mesmo sem ter uma estrutura financeira fiável e em particular para a simpática enfermeira que me atendeu e me "aturou" durante algum tempo! Se não doesse tanto voltava lá mais vezes!

sábado, setembro 19, 2009

Fearless...

Som novo, músicas bem dispostas, sorriso estampado e ´bora para a frente...
Costuma-se dizer, quem vem atrás que apague a luz, por mim, até pode ficar ligada...don´t care

A casa com muitas histórias...



















Uma casa para guardar sonhos e conter memórias, uma casa aparentemente trancada de pigmento encarnado que se ilumina sabiamente por prismas salientes.

Amanhã acordou bem ao meu lado, numa espécie de desejo contínuo aos sonhos.
Já vinha como uma ideia de ir ver a nova casa das muitas histórias que Paula Rego tem para nos contar, e a decisão é simples quando a vontade nos empurra.
Havia dois fascínios, o da casa por si - a Arquitectura também ela nos faz sonhar- e depois o trabalho em exposição da Artista, que demonstrou ser exemplar.
Os trabalhos em exposição articulam uma linha cronológica dando ênfase aos desenhos com água-forte e tinta da china que são tão meticulosos como belos. A expressão empregue a cada um destes trabalhos é mesmo bastante surpreendente, tal como a dedicação, parece que cada desenho foi pensado como se fosse a derradeira obra-prima, o último suspiro de génio, e quando pensamos que a força se vai esgotar, lá somos surpreendidos novamente pelas expressões, ora sendo bizarras e grotescas, como suaves e pueris.
Nunca adorei a temática da Paula Rego mas não me restaram dúvidas que o que ela atinge é sublime...

...no fim um passeio com sol e cheio de conversas!
Gracias P.