domingo, fevereiro 12, 2006

Quando penso

Quando penso
a neve cai em mim
com uma lentidão sobrenatural

Não bate leve
como quem chama por mim:Não bate
não chama
nem sequer cai

Paira
suspensa do tecido da matéria
onde só a luz cria o espaço

Mas sem luz não há espaço
e devorada por uma réstea de sol
imagino o meu pequeno vulto
lutano com o infinito desacerto-acerto

quando penso
no meu peito estremece
a oferenda íntima
duma fractura oculta



ana hatherly

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