Quando penso
a neve cai em mim
com uma lentidão sobrenatural
Não bate leve
como quem chama por mim:Não bate
não chama
nem sequer cai
Paira
suspensa do tecido da matéria
onde só a luz cria o espaço
Mas sem luz não há espaço
e devorada por uma réstea de sol
imagino o meu pequeno vulto
lutano com o infinito desacerto-acerto
quando penso
no meu peito estremece
a oferenda íntima
duma fractura oculta
ana hatherly
domingo, fevereiro 12, 2006
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