terça-feira, outubro 28, 2008

Aula quatro...

Estas semanas foram uma autêntica loucura, ter que acabar um concurso no trabalho para esta última sexta-feira e deixá-lo pronto de véspera para não irmos a correr entregá-lo foi uma aventura. Julgo que nunca houve descontrolo sobre a situação, mas isso exigiu empenho e coordenação entre todos, sem isso pouco ou nada teríamos conseguido. Mas adiante, terça-feira avistava-se e mais uma vez saí atrasado para a aula. Com as pressas esqueci-me das cartolinas de cor, só quando cheguei perto do Chapitô é que me lembrei... voltar para trás estava fora de questão, já vinha 10 minutos atrasado! Desta vez não fui o último a chegar, mas como nos habituamos aos lugares com muita rapidez, fui, qual temerário, para o centro novamente! Tinha mais lugares à disposição mas já ninguém me tira dali! Esta aula o professor não tinha pedido nada de especial, pediu apenas que continuássemos o exercício da aula anterior, para quem não o tinha feito na totalidade, a mim faltou-me só colar! O meu burro estava lindo de morrer e portanto foi mesmo colar e voilá, exercício superado. O professor gostou muito e disse mesmo que era mesmo aquilo, que se me afastasse lia perfeitamente a silhueta do burro e se me aproximasse via com exactidão cada animal. Portanto considero que me portei bem até agora.
Claro que havia trabalhos muito minunciosos, de chinês mesmo, mas depois eram tão complexos que perdiam leitura. É a minha opinião. Considerando que estamos num curso de Ilustração infantil é bom começarmos a simplificar os meios. Os exercícios propostos têm sido muito curiosos, e percebo a razão de cada um existir, estes últimos com cartolinas foram interessantes porque nos obrigam a pensar nos traços que identificam cada animal pela silhueta visto que são recortes de cartolina, não devemos ter muitos pormenores! Ao mesmo tempo obriga-nos a pensar como encaixa-los uns nos outros até desenhar uma outra forma. Este exercício treina intensamente a nossa capacidade de síntese em conjunto com a capacidade criativa. Voltamo-nos só para o essencial e deixamos os tiques e truques que "trazemos de casa" no bolso das calças.
Como alguns de nós acabaram muito cedo o professor adiantou-se e lançou o novo exercício, mas agora não tínhamos animais! Os animais ficaram para a história, o que tínhamos que fazer agora era um livro pequeno com uma história. Regras para o livro:

A história- CAFÉ CENTRAL - Um homem vai a uma esplanada, senta-se, pede um café e vai-se embora.

(passado 1 minuto alguém pede para repetir para escrever num papel. Claro todos riram e o professor diz: sim sim, é melhor escreveres porque é mesmo complicado de apanhar...)

Dimensões- 8 rectângulos de 28x14 cm em que cada desenho agrupa dois rectângulos destes lado-a-lado.

Ocupação nos rectângulos- devemos fazer uma margem de 0,5 cm por uma razão óbvia, quando publicado as costuras retiram parte do desenho ao centro, por isso não deve ser ocupado.

Cores- utilizar novamente as cartolinas de cor, para treinarmos expressões e silhuetas de forma simples e eficaz. Cada elemento do desenho deve ter uma cor específica, sendo que devemos considerar apenas estes objectos: Café, a mesa, a cadeira, o homem e a chávena.

Pormenores- Evitá-los! Evitar usar chapéus de chuva outros personagens, árvores, etc. Evitar adereços, isso fica para depois, o que suscita que este trabalho vai passar por várias fases de desenvolvimento até ao produto mais trabalhado, com mais detalhes.

(claro que quando ouvi esta parte já estava lançado no desenvolvimento do meu personagem, um senhor curvado, triste, e sim...tinha chapéu! )

Depois de ouvirmos as premissas comecei a desenvolver o núcleo e perspectivas da minha história, a minha pequena história. Bem, para mim esta história tem que ser dramática.
As imagens têm que ser cinematográficas mas simples ao mesmo tempo, o personagem tem que ser identificável pela postura, e o fim de chorar baba e ranho! Sou eu...que hei-de fazer!?

os dois primeiros rectângulos: uma imagem rasteira, uma sombra no chão, a silhueta do meu personagem, o sr curvado.

o terceiro e quarto: uma mesa solta e longe da esplanada, o sr curvo aproxima-se dessa mesa.

o quinto e sexto: O sr curvo, de tão curvo que é, por pouco pega na chávena e bebe o seu café.

sétimo e oitavo: Uma imagem da chávena caída derramando o café sobre uma mesa redonda anuncia o fim. Não se vê o sr curvo.

Tenho imagens mas publico como T.P.C. porque apenas estudei em rectângulos pequenos e pouco se vê...

segunda-feira, outubro 27, 2008

domingo, outubro 26, 2008

Adorei...

Recebi na sexta-feira dois livros simplesmente fantásticos. Um é o Babayaga e o outro La Tortue géant des Galapagos. Eu pedi os livros, andava a namorá-los há algum tempo, e quando descobri que podia encomendar vindos da Fnac casa mãe em França fiquei logo entusiasmado. Porém os livros demoram cerca de um mês e meio a chegar, é uma verdadeira tortura, para além de poder esquecer que tinha feito o pedido...Mas a minha irmã encomendou-os via Amazon.fr e foi um instante. Passou uma semana? Sim , talvez, foi mesmo muito rápido! Estas possibilidades fazem-me ver mais livros lá fora, muitos fantásticos que não estão editados por cá, e bem que mereciam. Claro, eu sei que este efeito Amazon já existe há bastante tempo, aliás, eu lembro-me de ver em Milton Keynes os armazens da Amazon e só vos digo, simplesmente brutal, não pela arquitectura, que não existe, mas pela dimensão, são infindáveis!
Claro que nem digo de quem são os livros, já tenho vergonha de estar a repetir sempre o mesmo nome, mas a verdade é que são mágicos, e magia não existe assim ao pontapé, por vezes penso: "raios, porque é que me apaixono por coisas mágicas?" Depois medito um pouco, e pergunto-me novamente: " Será que são mesmo mágicas?" Esta desconfiança é pois bem tola. Por vezes desconfiamos de nós mesmos, mas a verdade é que não me engano muitas vezes, no que diz respeito a paixões, quando se sabe que é aquilo porquê questionar? Porquê procurar? Porquê a ânsia de mais? Porque somos insatisfeitos por natureza, sim, é uma possível resposta, porque pensamos sempre que há melhor, porque vivemos num mundo globalizado de acesso imediato a triliões de coisas, sensações e novas experiências? Porque neste corropio alguém está a fazer melhor, há alguém melhor? Porque de certeza que há sempre melhor, há sempre mais e mais e tudo parece não acabar? Porque as hipóteses são infinitas? Será porque procuramos coisas que já temos? Será que queremos coisas que nem sequer as vivemos, absorvemos? Em relação à Rebecca eu sei que ainda não encontrei melhor. Engraçado porque antes de ter procurado parecia já ter uma resposta. Não escrevi nenhum texto sobre isso, apenas sobevoou o meu pensamento, como em tantas outras coisas sobrevoam mensagens de certezas sobre as quais nem quero escrever. Chega-me pensar nelas. Talvez goste de apoderar-me das diferenças e perder horas agarrado a um livro que alguém folheia em 2 minutos, talvez prefira observar todos os detalhes infinitamente, sentir as ideias e a expressividade em cada palavra, os tons como e onde eles começam, onde acabam, preciso de imaginar a história por detrás das subtilezas, preciso de ficar radiante com cada descoberta, sentir que há simplesmente coisas que merecem ser vistas repetidamente com mais atenção que a primeira vez, sendo essa irrepetível.
Há poucos dias disse isto mesmo, há simplemente conjuntos de hábitos e renovações que nos transportam pelos dias até sucumbirmos. Dos hábitos pouco podemos fugir, muitos deles são mesmo necessários, para nos equilibrarmos precisamos de renovação também, que pode chegar de duas formas, por impulso e vontade ou por mero acaso. Estamos todos sujeitos a doenças do Capitalismo, o tédio é uma delas. Hoje é fácil ficar entediado, porque há tanta coisa que perdemos metade do tempo à procura do que queremos fazer, e, quando achamos que nas milhares de coisas que poderíamos fazer não há nada,porque é tudo chato, já fizémos antes, ficamos deprimidos, os anúncios dizem-nos à noite como estamos feios e de mãos dadas com a tristeza e que precismos de comprar algo para ficarmos bem connosco e com os outros. Pois eu nestes dias, porque os há, pego nos meus livros e revejo-os vezes sem conta, pego nos meus filmes e vejo-os vezes sem conta, e namoraria da mesma forma vezes sem conta, sendo que, de cada vez que o faço, é sempre diferente. Hoje ouvi uma coisa sábia, de facto viver com optimismo é a única maneira mesmo de enfrentar a longevidade, seja na diferença ou na repetição.


Adoro descobrir, e descobrir repetidamente uma coisa é tão ou mais interessante que o seu inverso.Agora descubro estes livros que o G. a R. e a minha M. me deram... continuadamente

P.s. : Entretanto, e como esperar faz bem, como já escrevi noutro post, encomendei 2 livros mais que chegarão daqui a uma infinidade de tempo. Claro que lido bem com a espera, faz parte do processo de adorar-o-que-temos-mais-do-que-o-que-não-temos...

títulos: Sentimento e Le geánt aux oiseaux

pois tenho a dizer que adorei este presentão...

quinta-feira, outubro 23, 2008

Aula três...



















Lá voltei às minhas aulas no "fim do mundo" de animais...
Para esta aula era suposto levar algum trabalho feito e material. Cumpri em tudo. Saí mais uma vez tarde do trabalho e na correria ainda tinha que comprar as três cartolinas de cores diferentes.
Mas isto de ocmprar coisas baratas sem dinheiro vivo tem que se lhe diga! Com as pressas nada resulta, nada se faz. Parei na Corbel na Praça Luís de Camões para comprar as cartolinas mas como eram tão baratas não podia pagar com multibanco. Toca de ir levantar dinheiro e o tempo a passar... De cartolinas debaixo do braço, blocos A3 e canetas lá pus a mexer Rua Augusta abaixo, contornando o elevador de Stª Justa em direcção à Madalena, Subir até ao Chapitô e descer até ao Santiago Alquimista...Uff, parece fácil mas custa um pouco subir aquilo tudo de tralha às costas e com pressa nos pés. Mas lá se fez. Parei um pouco para esperar pelos meus pulmões e lá prossegui.
Claro fui o último desta vez e não o penúltimo. Na última aula tinha faltado uma mesa então o lugar para essa pessoa foi desenhar em cima do joelho. Claro, desta vez puseram a mesa...e onde? No CENTRO de todos. Claro, houve logo quem dissesse que ía para o castigo! Mas fui na maior, e confesso foi a aula que correu melhor! No meio de todos consegui concentrar-me melhor, curioso...
O desafio de consistia em pegar nos animais que tínhamos desenhado e escolher um, para desenhar em grande numa das cartolinas, depois tinhamos que desenhar por dentro desse animal outros animais de forma a que a silhueta do resultado se percebesse!
Bem, eu escolhi o burro, e curiosamente até fui dos poucos a acabar o exercício nas duas horas.
Mas o resultado foi bem divertido e havia tabalhos muito divertidos. O professor prometeu que vai puxar mais por nós porque o nível é bom e permite essa transição mais rápida. Adoro e estou a adorar fazer estes pequenos exercícios mas também sinto que preciso de fazer outras coisas, mas por outro lado começo a familiarizar-me bem com as formas distintas de cada aninal, as posições, a expressão natural de cada espécie. É importante treinar o olhar, conservar tudo na memória. É extremamente importante estar atento aos detalhes e depois simplificá-los. Até agora tenho estado muito satisfeito com a orientação do curso, mas tenho pena que sea pouco tempo. Por outro lado faço paralelamente as minhas histórias e os meus desenhos o que me permite progredir no que mais gosto. Esta semana tem sido cansativa, mas não abdico do meu tempo para desenhar e pintar.
Na semana passada fui comprar uma caixa de pastilhas de Gouache da Caran d´ache. São caixas fantásticas e a que comprei tem 15 cores e permite fazer coisas brutais, tem a expressão de um bom pigmento e a facilidade da aguarela. Duas boas combinações, resultado: desenhos muito expressivos! Claro que eu ainda estou a aprender mas a seu tempo tudo se consegue...
Comprei na casa varela e perguntei a Caixa de uns lápis novos que saíram, os Luminance, que têm uma resistência ao tempo fantástica e uma densidade de pigmento também impressionante!
Mas a caixa de 76 lápis custa ...200 euros! Enfim, é engraçado haver coisas que simplesmente só podemos admirar ao longe, na vitrine, distante, separados por um vidro...quase como a Tiffany´s em NY para as mulheres! Ok, são só uns lápis...nada mais. Mas lá está, é a velha teoria: Desejamos aquilo que não temos, sonhamos, por isso, às vezes mais vale não ter...ou então pelo menos que nos custe a ganhar! Senão serão só mais uns para a colecção...Blá blá blá...
Por sorte, e por ter comprado os gouaches, a senhora da loja lá me deu um lápis Luminance para as unhas, era oferta, uma promoção da marca, claro, eu fiquei feliz, Feliz com a "porcaria" de um lápis, pequenos mas grandes momentos lá está. O lápis é azul, agora tenho um, não preciso de ter todos, prefiro conservar o sonho, e guardar este como recuerdo!

Sem lápis da sorte ou não para a semana espero que seja mais animada, sei que vou ter pouco tempo disponível, que vou andar cansado. Neste fim de semana trabalha-se muito também, só vou ter tempo para dormir e para tratar de assuntos importantes.

Hoje a parte mais interessante do dia foi ver a minha trancinhas...dá para aguentar uma semana?

segunda-feira, outubro 20, 2008

sábado, outubro 18, 2008

Trabalho para casa número um...



















Este desafio consistia em fazer o mesmo quadrado com um dos animais escolhidos, mas em várias posições e situações. Eu sei que ainda não preenchi o quadrado todo mas hei-de acabar...
Está meio exercício feito...é que a coisa não é fácil!
Vou voltar para o meu estirador improvisado...a desenhar burros!

Aula um e meio...



















A nossa primeira e verdadeira aula começou na passada Terça-feira.
Claro que eu não poderia deixar de ser Eu e chegar um bocado atrasado...
Mas foram só 5 minutos, nada do outro mundo. Claro que a sala, a pequena sala, de mesas dispostas em quadrado, com todos voltados para o interior, estava cheia, mentira, quase cheia, havia um lugar na ponta da sala... dirigi-me para lá e já todos estava a desenhar, rabiscar algo. Prontamente percebi qual era o exercício. Tínhamos que fazer os animais que passassem pela nossa cabeça. Utilizar a nossa memória visual para desenharmos os animais tal como os conhecemos. Ok, eu sabia que iriam chover desafios uns atrás dos outros, só assim faz sentido, pôr-nos a desenhar exaustivamente por memória é talvez dos melhores treinos que se pode ter.
Procurar os pequenos detalhes que fazem a diferença no animal escolhido. Eu desenhei hipopótamos, burros, pinguins, elefantes, girafas, macacos, etc...desenhei um jardim zoológico inteiro quase. A coisa no início tremeu um pouco, a mesa estava simplesmente imunda, forrada a carvão que alguém por lá passou e não limpou, resultado, as mãos limpinhas que tanto gosto de ter para não sujar nada era uma miragem. Fiquei logo todo sujo como as mãos de uma criança de 3 anos e borrei aí umas 5 folhas. Irritei-me, contidamente, levantei-me e fui lavar as mãos cirurgicamente no piso superior... Quando voltei, respirei fundo, forrei o apoio da mão com papel limpo e não-borrado e recomecei! Sim, começou muito melhor assim, fiz de conta que o princípio foi aquele...passados 30 minutos de ter entrado! Mas foi bom, concentrei-me só nos desenhos e não parei até ao fim! Lá pelo meio a rapariga do meu lado direito lá dizia umas piadas, e a voz não me era completamente estranha, depois olhei de soslaio e a cara não me era também estranha, foi então que perguntei: - Tu não és a I. ? - Sou! Eu bem sabia que te conhecia também!
Afinal estava sentado ao lado de uma pessoa conhecida, amiga de amigos comuns claro. Irra que o mundo é uma ervilha mesmo... tinha que ser mesmo ao lado! Engraçado, muito divertido mesmo, a partir daí fiquei apaixonado pelo porco-espinho que a I. tinha desenhado. Raios, também quero desenhar um porco-espinho assim! Estava mesmo giro. Depois deste primeiro exercício passámos a uma outra fase. Fazer os animais novamente mas o mais pequenino que conseguíssemos, simples, só com linha, e todos juntos uns nos outros como se tivesse encaixados, um Puzzle de Animais! - UAU, isto eu adoro fazer! ...pensei...A coisa foi melhorando significativamente, até o professor viu os desenhos e disse: - É mesmo isto! Pessoal, está aqui um bom exemplo! ...eheh fiquei logo contente e com vontade de fazer mais!

Este curso promete, eu estou muito entusiasmado com o facto de evoluir com pessoas do meio, que sabem e conhecem. Fico entusiasmado porque acredito no que faço, aqui eu estou mesmo no meu meio, um peixe dentro de água. Claro que tenho vontade de criar já. De mover personagens, de -los a contar uma história...mas tudo a seu tempo. É importante deixarmos alguns hábitos fora daqui, porque com eles não evoluímos tão rápido. E estou preparado para crescer também neste sentido, neste universo, que pode ser tão vasto como qualquer outro. Nada melhor do que imaginar, criar e ver acontecer. Um dia disse que gostava de ter a minha marca, não sei se falo da grande imortalidade que Milan Kundera nos seduz, mas qualquer coisa "in between" menos pronunciada mas igualmente lutadora. Um livro talvez... adorava publicar um livro, é um dos meus sonhos. Alguém me disse recentemente que é um sonho próximo, não sei se depende de querer ou não, não sei se depende da capacidade ou não, mas as palavras ouvidas reluziram e desenharam um sorriso. O início de qualquer coisa...

Ah, disseram que podíamos levar livros, mas estava estipulado uma ordem, claro que regras nasceram para serem quebradas e eu, como o exímio-rapaz-quebra-regras que sou, levei um livro só para chatear, ou melhor, enriquecer a aula. E foi isso mesmo que se passou, foi mais um livro entre os tantos, mas um livro que todos gostaram, tiraram o nome da autora, o professor gostou muito e ao que parece não conhecia aquele livro muito bem. O que é bom porque é mesmo a minha autora, até agora, favorita: Rebecca dautremer.

No fim da aula já tínhamos o típico T.P.C. que tantas saudades deixou do tempo de escola, e material para levar. Cartolinas de três cores, X-acto, cola de stick, e ideias! Esta última é pena, mas não se compra nas lojas... Quanto aos trabalhos foi completar o fizemos, fazer mais puzzles de animais e depois seleccionar um animal e fazer vários desenhos até encher um quadrado.

Não sei, mas julgo que a partir dos desenhos que fizermos vamos seguramente escolher um dos animais que será o personagem da história e depois desenvolvê-lo...-lo em várias situações, movimentos, etc...
Como diz o professor: "-O difícil não é fazer um desenho e uma personagem, o difícil é fazer uma história e produzir 10 desenhos com a personagem".

O meu TPC está em cima do texto...nem sei quantos animais diferentes consegui pôr...mas há repetidos... quase: Onde é que está o Wally?

sábado, outubro 11, 2008

O curso de Ilustração Infantil

Pois é...tudo começa, pois quando tudo começa, começa...mal! Começar por começar, o melhor é começar pelo princípio!

O Presente recente...

Este ano decidi que tinha que fazer algo que não a história do costume...Arquitectura, Arquitectura, Arquitectura...bem, a verdade é que eu acho que sempre fiz mais do que apenas Arquitectura, "apenas" digo eu, parece pouco algo que é tão vasto e toca tantos grupos de interesse que pode nunca acabar! Acho-me até muito contido na forma de abordar o tema, sobretudo com pessoas que simplesmente não nutrem a mesma paixão ou simplesmente não a vêem como motivo de interesse global. Mas ainda assim, acho que devia estender-me para outros sonhos, um-a-um, é um processo de continuidade como todos fazemos na vida, há coisas que vamos descobrindo que gostamos fazer, mais do que outras, mas simplesmente há coisas que sempre soubemos que poderíamos fazer na vida.

O Passado não tão recente assim...

Um dia lembro-me de ter esta conversa com o meu primeiro grande amigo o P. . Lembro-me de querermos ser Realizadores de Cinema, as conversas eram muito sonhadoras mas ao mesmo tempo sustentadas, sobretudo para duas pequenas almas de 10 anos apenas. Tínhamos os dois uma imensa paixão por cinema e pela arte de dirigir, enquadrar, criar. Longe do objectivo um dia decidimos fazer um clube de vídeo no Colégio e para isso levámos todos os filmes originais que tínhamos em casa. Eu não tinha assim tantas cassetes VHS mas o P. tinha tantas que rapidamente se tornou realidade. Começámos a nossa pequena negociata e a diversão foi mais que muita! Lembro-me de levarmos os filmes para o colégio e cobrarmos uma pequena insignificância, lembro-me que fizemos uns quantos alugueres e o clube funcionava bem, tínhamos cartões e tudo! Mas tudo o que é bom acaba depressa, e cedo perceberam que como o negócio corria bem tinham que acabar com a brincadeira. Fomos proibidos de continuar com o Clube que tanto gozo nos tinha dado! Mas assim e aos poucos a amizade foi ficando maior. Não sei se por acaso ou não, mas o certo é que as nossas cabeças saíam fora do baralho e as ideias foram sempre surgindo e estávamos sempre a criar jogos novos, a criar novas regras por exemplo, só para aumentar a dificuldade e o interesse...
(Ainda hoje se abrir um livro do liceu tenho animações nos cantos das páginas e era o primeiro a criar jogos enquanto estávamos nas aulas, era a distracção silenciosa).

O Passado mais recente mas também não tanto...

Os dois crescemos naturalmente e deixámos histórias pendentes, sonhos por concluir. Eu sempre adorei criar, imaginar e construir e tudo o que abarcasse estes mecanismos eu estava lá agarrado como um miúdo. Naturalmente que muita coisa se pode aplicar à vontade de criar, tendo o desejo por projectar espaços nascido da minha necessidade de imaginar tudo na cabeça e depois de comunicar essa imagem para o desenho, e seguidamente para uma maqueta. Esta disciplina obriga-nos a pensar em tanta coisa ao mesmo tempo que um esquisso tem que ser assim tão rápido, como um dedo no gatilho, não se pode perder um pensamento, eles têm que agir de comum acordo e sintonia: O cérebro e a mão. Tudo a fluir numa harmonia quase perfeita, uma simbiose, sujeita apenas ao critério espacial e imaginativo sem depender da falta de mecanicidade do binómio já referido.
Estes foram talvez os melhores anos da minha aprendizagem e os processo foram-se tornando mais integrados, concentrando-me apenas no essencial sem me preocupar tanto nesse ajuste de transição entre o pensar e o mostrar que pensaste. É aí que vive o desenho...

O Passado, o Presente e espero que o Futuro...

Os anos passam e parece que os sonhos voltam. Neste meu desejo contínuo por sonhar e depois tornar realidade acabei por aprender a também fazer sonhar, hoje acredito e sei que isso passa pela minha felicidade: Fazer sonhar. Aparecem continuamente pessoas que nos fazem querer sonhar mais e mais ainda, como o P. me fez sonhar, como M. apareceu para me fazer sonhar e sim, fazê-la sonhar. Juntos fiz o que só com P. tinha feito nos meus 28 anos, partilhar sonhos. A diferença é evidente. P. é um amigo e M. foi mais que uma amiga. Foram modos diferentes de partilhar mas com uma intensidade fora do comum sem dúvida, mas os dois insubstituíveis. Sei que estes são dois dos meus pilares, são os pilares da minha casa: Ser.

O Presente quase actualizado...

Aqui começa a outra história. Decorre de tudo o que se passou...
Inscrevi-me em Setembro para o Curso de Ilustração Infantil da ARCO que iria começar agora em Outubro, mais propriamente no dia 7. Andei o mês todo de Setembro com o rabo a tremelicar de ansiedade, por esta ou outra razão, mas o mês não acabava nunca mais e os dias começavam a travar, acordava sempre sobressaltado e dormia muito pouco. Queria rapidamente pensar em fazer coisas novas e esta era a grande oportunidade de me reconciliar com a diferença e o sonho.
O mês finalmente dobrou e começei a ver dia 7 cada vez mais de perto, começei a ver material específico, lápis de aguarela, uma nova série de lápis da Caran d´ache Luminance, papel; Na Arco tinham-me dito que as turmas eram estáveis, ou seja, podia contar com turmas de 12 a 15 pessoas seguramente.
A ânsia por conhecer pessoas novas e partilhar experiências similares fazem-me ficar assim, não dá para explicar melhor.

A trapalhada passada no dia 7...

Este era o dia. Na noite anterior sabia que tinha que ter tudo arrumado, neste dia tinha duas horas de curso a começar às 18:30 e depois um jogo de futebol às 21:00. Tinha um intervalo de tempo muito curto para sair, ir buscar o carro a pé do Castelo até ao Príncipe Real e ir até Benfica para jogar com amigos. Tudo isto misturado com a ânsia fazia com que tivesse que ser meticuloso com tudo. então preparei a mala com o equipamento necessário. Lápis, canetas, papel, aguarelas e depois do outro lado, calções, meias, ténis, T-shirt. O desastrado em pessoa não podia falhar nesse dia, mas ao que parece quanto mais organizado pior corre...
Fui trabalhar e quando chegou a hora , as 18:00, peguei no saco, peguei na carteira, no telemóvel e nas chaves do carro...mas onde estavam as chaves do carro? Sim, andei de rabo-para-o-ar à procura das ditas chaves e nada de aparecerem! Estava furioso, tinha mesmo que acontecer qualquer coisa depois de tantos preparativos e ansiedade! Fui ao Iseg com a M. só para confirmar se não as tinha lá deixado e nada! Chaves nem vê-las! Já eram 18:25 e decidimos apanhar um Taxi mesmo ali para o Castelo. Lá fomos na conversa e até chegámos rápido, estava atrasado só uns 15 minutos! Entrei disparado no pátio da Arco em frente ao Santiago Alquimista e perguntei onde era a sala onde decorria o Curso de Ilustração. Tinha que subir, e depois ou era a sala da Esquerda ou então tinha que continuar o corredor e virar à direita. Mas aquilo tem imensas salas portanto perder-me era o mais fácil. passados 5 minutos lá dei com uma sala cheia de gente. Para quem tinha dito 12 a 15 pessoas estavam o dobro dentro de uma salinha...ou seja eu além do atraso fiquei à porta. Engraçado porque há muitas pessoas mais novas que eu e poucas mais velhas, não muito mais velhas, vai ser interessante a experiência. Entretanto fiquei com sérias dúvidas se tinha entrado na sala correcta e com tantas pessoas a turma foi prontamente dividida em duas por terça e quarta-feira. Claro que tendo eu chegado atrasado não estava nem numa turma nem noutra! Aliás, eu nem sabia se estava no sítio certo, mas lá me virei para o lado e perguntei: Esta é a Turma de Ilustração? - Sim, sim. Passados 10 minutos: Mas é a de Ilustração Infantil certo? - sim, sim. Ok, afinal estava no sítio certo e eis que o professor me pergunta, enquanto eu estava noutro planeta, se tinha ficado em alguma turma, na de terça ou na de quarta... A minha reacção demorou mas lá respondi e fiquei igualmente na Terça-feira, tal como previsto...
A aula acabou pouco tempo depois, apenas o professor disse que não ia ensinar ninguém a desenhar, mas que ia potenciar cada um de nós, que íamos aprender noções básicas de paginação de um livro entre outras coisas. Ficou também combinado duas pessoas levarem um livro em cada aula, claro que eu já sei que livros vou levar, mas não fui sorteado para a próxima aula...
Raios...

Finalizada a aula a preocupação máxima foi retomar as buscas pela chave perdida. Conclusão, até hoje, chave nem vê-la! A futebolada com os amigos foi claramente relegada para segundo plano e só tive vontade de ir para casa descansar.

Presente mais presente não há...

O curso começa coxo e só arranca verdadeiramente nesta terça, portanto a ansiedade volta a apoderar-se de mim, combustível dos meus sonhos e também das minhas despassarices o certo é que a máquina funciona, sempre funcionou, e terça há-de voltar em grande.

quarta-feira, outubro 01, 2008